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CRISE
Voos cancelados no Aeroporto de Chicago no dia do anúncio
da concordata e avião parado da empresa: prejuízos bilionários

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As pesadas nuvens que pairam sobre a economia global fizeram mais uma vítima. Última das gigantes do setor aéreo americano a entrar em concordata, a AMR Corp, controladora da American Airlines, anunciou na semana passada o pedido de recuperação judicial. As dívidas da companhia somam US$ 29,5 bilhões, alimentadas principalmente pelos altos custos trabalhistas e de operação (sua frota é antiga e consome, portanto, mais combustível). A queda dos índices de ocupação dos voos, os preços flutuantes do petróleo e a redução da nota de crédito da empresa pela Standard & Poor’s desenharam o cenário que levaria a águia, símbolo histórico da American, ao chão. Por enquanto, a reestruturação financeira não deve afetar clientes, que foram informados dos últimos acontecimentos por e-mail. Os horários dos voos e o programa de milhagem foram mantidos. Segundo a companhia, a operação brasileira não deve sofrer mudanças de rota.

A história recente da American Airlines é marcada por turbulências. Em 2001, dois aviões da companhia foram usados por terroristas nos atentados de 11 de setembro ao World Trade Center e ao Pentágono. No mesmo período, as companhias de baixo custo começaram a ganhar espaço – atualmente, as seis que se encaixam nessa categoria detêm 28% do mercado nos Estados Unidos – e passaram a ameaçar seriamente as gigantes tradicionais. Desde 2001, a American perdeu US$ 12 bilhões (leia quadro) e, nos últimos três anos, fechou o balanço no vermelho. No Brasil, sua imagem foi arranhada por episódios lamentáveis, especialmente denúncias de racismo contra passageiros brasileiros. No dia 13 de janeiro de 2004, outro fato para esquecer: o piloto Dale Robbin Hersh fez um gesto obsceno com o dedo médio no registro de sua entrada no País e acabou detido pela Polícia Federal por desacato à autoridade. Na semana passada, analistas especularam sobre uma possível fusão com a US Airways, que vive situação financeira melhor. Segundo eles, seria a única saída para a águia voltar a decolar. 

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