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O escritor catarinense radicado em Curitiba Cristovão Tezza, autor do premiado livro “O Filho Eterno”, volta aos contos em “Beatriz” (Record), após 30 anos dedicados apenas aos romances. Apresentada em “Um Erro Emocional (2010), Beatriz é a personagem que percorre as sete narrativas sobre o universo da literatura e tem uma relação justamente com um escritor. Em todos os contos, Tezza exercita uma de suas técnicas favoritas: o uso de mais de um narrador na mesma história.

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Leia um trecho do livro:

PRÓLOGO
Sei que prólogos estão fora de moda — até a palavra é engraçada,
com seu sabor antigo: “Prólogo”! Os escritores de ficção,
eu entre eles, quando se lançam corajosamente no mercado
das letras, preferem simular uma indiferença olímpica
— o livro que fale por si só, ou pelos outros, nas orelhas; jamais
pelo próprio autor. O que é apenas uma meia verdade,
porque depois, nas entrevistas, tentam dizer tudo o que não
disseram no livro, com aquele ar gaguejante, meio fraudulento,
de quem afinal não sabe bem o que escreveu, o que parece
curiosamente dar um charme suplementar à obra.

Pois como estou ficando cada vez mais antigo, senti vontade
de escrever um prólogo, um tanto para experimentar o
gênero, e outro para apresentar Beatriz, que parece diferente
do comum dos meus livros, pelo menos em sua gênese. E é
sempre um espaço para bater dois dedos de prosa com a difícil
e enigmática razão de ser de quem escreve: o leitor, o
amável leitor, o paciente leitor, nosso querido herói, aquele
(e estatisticamente cada vez mais provável que seja aquela)
que, contra todas as probabilidades do mundo contemporâneo,
acompanha estas linhas

 


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