Conheça, em vídeo, alguns atores que trocaram o set pelo palanque na vida real :

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CAMPANHA
Clooney no papel do candidato Mike Morris: a ficção tem tudo para se tornar uma história real

No filme “Tudo pelo Poder”, que estreia no Brasil no dia 23, mas que já pode ser visto em sessões especiais nas próximas semanas, o ator George Clooney interpreta um governador democrata da Pensilvânia que se envolve no jogo político para ser candidato à Presidência dos EUA. Mike Morris, o governante interpretado pelo galã, é assessorado por Stephen Myers, um jovem diretor de comunicação vivido por Ryan Gosling, que se envolve nas trapaças e transações ilícitas para levá-lo aos palanques nacionais. Protagonista e também diretor do longa-metragem, Clooney sai-se muito bem em um papel no qual, talvez, parte dos americanos gostaria de vê-lo atuando na vida real. Assim como Ronald Reagan que na juventude fez fama no cinema e se elegeu em 1980, o ator revelado no seriado “Plantão Médico” vem ganhando cada vez mais notoriedade por seu engajamento em questões humanitárias – sem falar da boa condução que dá a temas de relevância social nos filmes que dirige.

Aos 50 anos, Clooney se destaca na ala dos astros militantes tão em voga em Hollywood. Fervoroso adepto de Barack Obama em sua campanha para a Casa Branca em 2008, ele não tem olhos apenas para o seu país. Recentemente, envolveu-se em parceria com o Google, num movimento denominado “Satellite Sentinel Project” que combina relatórios de ativistas e imagens de satélites para monitorar a região fronteiriça de Abyei, no sul do Sudão – são duas décadas de guerra com a região Norte. Em 2006, alertado pelo pai, o veterano jornalista Nick Clooney, ele decidiu arregaçar as mangas e fazer algo mais concreto contra o genocídio em curso no mesmo país africano, na cidade de Darfur, comandado pelo então presidente Omar al-Bashir. O ator não ficou em casa usando o Twitter para autopromoção. Visitou o Sudão inúmeras vezes, chegando a contrair malária no início desse ano, e ainda patrocinou a exibição de uma série de filmes que tratam da situação política na região, na esperança de estimular uma intervenção local. Exibiu em rede nacional nos EUA e no Reino Unido o especial para televisão “A Journey to Darfur”, detalhando sua primeira visita. Esse documentário foi, posteriormente, lançado em DVD.

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Como faz nos filmes quando consegue reunir amigos e colegas de profissão em torno de projetos comuns, Clooney montou um time influente nessas ações. Aqueles que atuaram no blockbuster “Onze Homens e um Segredo” (Matt Damon, Brad Pitt e Don Cheadle, além do produtor Jerry Weintraub) se juntaram a ele na criação da organização “Not On Our Watch”, que já doou milhões de dólares ao World Food Programme. Se esse tipo de atuação ajuda uma celebridade a crescer no campo político, ser um dos maiores arrecadadores de fundos para caridade em seu país é mais um trunfo no perfil de uma figura pública. E Clooney é campeão nisso. Foi um dos líderes da campanha América: A Tribute to Heroes que ajudou vítimas dos ataques de 11 de Setembro, é conhecido por suas generosas doações a desabrigados e uniu-se a Bono Vox, vocalista do grupo U2, em sua luta contra a miséria na ONE Campaign.

Os muitos milhões de dólares que arrecada como ator têm destino certo. É sabido que ele atuou em filmes como “Queime depois de Ler” e fez a dublagem de “O Fantástico Sr. Raposo” para financiar a produção de trabalhos autorais voltados para uma agenda de assuntos que estavam na ordem do dia. A produção “Boa Noite e Boa Sorte”, por exemplo, retrata a batalha do jornalista Edward Murrow para derrubar o senador Joseph McCarthy. Já sua estreia em 2003 com “Confissões de uma Mente Perigosa” coloca em xeque a hipótese de o apresentador e produtor de televisão Chuck Barris ter sido um agente infiltrado da CIA. Foi nesse mesmo ano de 2003 que Clooney mostrou sua veia política pela primeira vez ao se opor à guerra do Iraque. “Não é mais possível bater o inimigo por meio de guerras. Isso apenas criará mais uma geração de pessoas em busca de vingança”, disse, para a surpresa dos fãs que até então viam nele apenas uma versão grisalha dos playboys do passado.

Não soa absurdo o fato de ele estar sendo atualmente bombar­deado por perguntas sobre uma possível candidatura. Além de ter acompanhado – de perto – em 2004 a derrota do pai na corrida ao Congresso americano pelo Estado do Kentucky, status de político Clooney já tem. Resta saber se, durante as filmagens, ele se sentiu confortável de terno azul em um palanque decorado pela onipresente bandeira de seu país.  

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