Em fevereiro deste ano, como em todos os outros, o Brasil se preparava para a maior festa popular do planeta: o Carnaval. Um novo ritmo, entretanto, atravessou o samba, até então sagrado e inatingível. Nessa mesma época, começava a desfilar na avenida chamada Brasil um novo enredo político, que iria dar início à transformação no que se entendia por ética e decoro parlamentar. A edição número 1639 da revista ISTOÉ, que circulou em meio à festa pagã conduzida por Momo, trazia na capa o título “Facada pelas costas” sobre foto de Antônio Carlos Magalhães, então senador, cumprimentando o presidente FHC. Era o começo do fim da “Era ACM”, capitaneada por um dos mais poderosos políticos de um segmento marcado pelo atraso na história do País. A série de reportagens, assinadas por Andrei Meireles, Mino Pedrosa, Mário Simas Filho, Ricardo Miranda, Isabela Abdala e Sonia Filgueiras, revelou e confirmou o conteúdo de fitas nas quais ACM admitia a três procuradores da República ter violado o painel de votação quando presidente do Senado, e ainda denunciou outros políticos, entre os quais, FHC. As consequências das denúncias feitas por ISTOÉ obrigaram o cacique baiano e o então líder do governo, senador José Roberto Arruda, a renunciarem a seus mandatos e ainda derrubaram dois ministros ligados a ACM. A série de reportagens está na final do Prêmio Esso de Jornalismo. Os vencedores das várias categorias serão conhecidos dia 18 de dezembro, em tradicional festa no Rio.

Disputam o prêmio principal com ISTOÉ as reportagens: “Paraíso fiscal bloqueia contas de Maluf”, de Roberto Cosso, da Folha de S.Paulo, e “LBV – O império da boa vontade”, de Chico Otávio e Rubens Valente, de O Globo. Entre os finalistas ao prêmio Esso de Informação Econômica, está outra reportagem de ISTOÉ: “A gangue da bomba”, de Adriana Souza e Silva, sobre a máfia dos postos de gasolina. Também concorrem a este prêmio, Chico Otávio, Bernardo de La Peña e Ricardo Boechat, autores de “Sinal verde para o contrabando”, publicada em O Globo, e Lourival Sant’Anna, com “Farra fiscal dos Estados custa R$ 242 bilhões”, de O Estado de S.Paulo.