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IMITAÇÃO
O Flytrap (à esq.) captura insetos como as plantas carnívoras (acima) e os transforma em energia

 

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Um dos objetivos mais almejados pela ciência robótica é a autonomia. Isso significa criar uma máquina que seja capaz de se locomover, se recarregar e até mesmo reparar seus próprios defeitos sozinha. Pesquisadores e empresários americanos estão agora dando passos fundamentais em direção a essa realidade. Um dos exemplos é o robô EATR (sigla em inglês que pode ser traduzida como “comedor”). Projetado pelas empresas Robotic Technology Inc. e Cyclone Power Technologies, além da agência de tecnologia militar dos EUA, o invento não só conseguirá produzir e armazenar energia a partir da biocombustão, como será capaz de coletar gravetos e plantas para a queima (leia quadro).

Apesar de estar sendo projetado para atuar em missões militares nas matas ou no patrulhamento de fronteiras, o equipamento também poderá ter utilidade como trabalhador no campo. “Na agricultura, o EATR poderá obter energia recolhendo resíduos em plantações”, explica Robert Finkelstein, presidente da Robotic Technology Inc. Além disso, a máquina ainda poderá monitorar o plantio ilegal de drogas ou espécies invasivas, já que uma das suas funções será diferenciar os vegetais entre si. Finkelstein estima que o produto esteja pronto para chegar ao mercado dentro de dois a quatro anos.

O anúncio da nova tecnologia causou confusão. Vários veículos chegaram a afirmar que o robô também usaria corpos humanos em decomposição e restos de animais como fonte de energia. Os desenvolvedores do EATR tiveram que ir a público explicar que o invento teria uma “dieta” estritamente vegetariana. “É muito difícil neste momento a ciência desenvolver uma máquina capaz de caçar animais”, tranquiliza o coordenador-assistente do curso de Engenharia Elétrica da Unicamp, Cesar Pagan.

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Ainda assim, cientistas da Universidade do Maine, nos EUA, criaram algo que já se aproxima de um robô caçador. Conhecido como Flytrap, o pequeno invento utiliza sensores para detectar insetos que pousam em suas folhas e então se fecha, como uma planta carnívora. Apesar da eficiência, a máquina ainda não consegue se “alimentar” da presa. Mas esse quadro pode mudar com a ajuda de pesquisadores britânicos. No laboratório de robótica Bristol, no Reino Unido, foi desenvolvido o Ecobot, um dispositivo que usa bactérias para quebrar o exoesqueleto das moscas, o que gera energia elétrica. Até agora eles só não sabiam como fazer com que o invento “capturasse” os insetos. Num mundo em que energia é um bem cada vez mais caro, robôs que não precisam ser ligados na tomada podem ser uma boa alternativa. Resta agora saber o que vai entrar no cardápio dessas máquinas.  

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