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Desde que Catarina de Médici usou um sapato de salto alto em seu casamento com o rei Henrique II, no século XVI, o vestuário feminino nunca mais foi o mesmo. Capazes de deixar sexy até a mais tímida das mulheres, os sapatos de salto alto são considerados um símbolo de sensualidade e despertam o fetiche de quase 100% dos homens. Seu poder de realçar as curvas do corpo feminino foi exaltado pela diva Marilyn Monroe, que certa vez disse: “Eu não sei quem inventou o salto alto, mas todas as mulheres devem muito a ele.” Agora, a adoração por scarpins, peep toes e botas atinge um novo patamar. Nos desfiles da temporada primavera/verão 2012 da Semana de Moda de Paris, os sapatos chamaram a atenção por colocar as modelos, literalmente, nas alturas. Na coleção da marca Alexander McQueen, famosa pelos calçados ousados, o ponto alto foram as sandálias com saltos esculturais de 16 cm de altura. Já na apresentação da grife Versace, vestidos brancos faziam par com sandálias plataforma que alcançavam vertiginosos 17 cm. Medida muito superior aos tímidos 5,5 cm dos primeiros saltos agulha, criados na década de 1950.

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NAS ALTURAS
Victoria Beckham, carregando a filha recém-nascida,
e Beyoncé, grávida, se sustentam em saltos de 16 cm

Equilibrar-se nessa moda, no entanto, não é nada fácil. Segundo uma fórmula desenvolvida pelo professor Paul Stevenson, da Universidade de Surrey, na Inglaterra, a altura máxima para o salto de um sapato deveria ser de 12 cm. A partir dessa elevação, o pé da mulher fica num ângulo de quase noventa graus em relação ao solo, o que significa que a pressão exercida pelo peso do corpo na parte anterior do pé aumenta consideravelmente. E quanto mais pressão, mais dor. Para suportar horas de pé em cima dos novos “saltos vertigem” algumas mulheres têm recorrido a cursos que ensinam a andar nas alturas e até à ajuda da ­medicina. Conhecido como “Stiletto RX: Pillows for your feet” (“Stiletto RX: travesseiros para seus pés”), um procedimento promete acabar com o desconforto através da aplicação de ácido hialurônico na sola dos pés. “É um recurso muito utilizado pelas atrizes antes do Oscar e funciona mesmo”, garante a dermatologista Lígia Kogos. “O ácido forma uma espécie de almofada na parte mais profunda da pele e diminui a pressão dos ossos sobre a sola do pé.” De acordo com especialistas, uma aplicação do produto dura até dois anos e custa em média R$ 2 mil. Alívio para aquelas que, assim como Lígia, não descem do salto. “Para mim, 7 cm ou 8 cm não é alto. Ainda bem que agora não é mais brega usar de 16 cm para cima”, diz, entre risos.