chamada.jpg
DIVERSÃO NO GELO
O pinguim Ramon (voz de Robin Williams) e três novos filhotes: eles querem voar

Período reservado às grandes estréias no cinema, o fim de ano e o início de janeiro sempre foram alvos de blockbusters de aventura e ação. Essa temporada, contudo, traz uma novidade: será dominada por filmes de animação. A invasão de bichinhos falantes, embalados em fantásticas imagens digitais, começa na sexta-feira 25, com “Happy Feet 2: O Pinguim”, e contará com mais quatro filmes do gênero, entre eles o aguardado “Gato de Botas”, que reservou um enredo inteiro para o felino versado em esgrima, companheiro do ogro verde Shrek. Não se trata de uma coincidência sazonal. A popularidade – e a excelência – que os desenhos animados têm alcançado em nível mundial fez com que esse tipo de produção recebesse grandes injeções de verbas, de olho em polpudas bilheterias. E não só em Hollywood. Para se ter ideia, na lista dos filmes que se candidatam ao Oscar de melhor animação, divulgada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas na semana passada, quatro são estrangeiros – o inglês “Operação Presente”, o francês “Une Vie de Chat”, o espanhol “Arrugas” e o tcheco “Alois Nebel”. O que salta aos olhos, contudo, é a quantidade de filmes inscritos, 18, o que vai resultar na escolha de cinco títulos para a competição, fato raro em dez anos de existência dessa categoria no Oscar. Um dos fortes concorrentes ao prêmio com “Rio”, o brasileiro Carlos Saldanha avalia o novo cenário: “As produções têm aumentado bastante, principalmente fora dos EUA.

Fico feliz em ver essa evolução no mercado internacional. Só espero que ela seja também qualitativa”, diz o cineasta.
A forte presença de Saldanha – e de seu estúdio, o Blue Sky – numa arena antes disputada pelo time de designers gráficos da DreamWorks (dona da grife “Shrek”) e Pixar (marca por trás da franquia “Toy Story”) confirma essa ampliação do setor, que já começa a invadir a categoria de melhor filme. Em 2009, por exemplo, “Up – Nas Alturas” quase levou a estatueta e, no ano passado, muitos acharam que o grande prêmio não deveria ter ficado com “O Discurso do Rei”, mas com “Toy Story 3”. Vitorioso em 2006, o diretor George Miller passou quatro anos preparando “Happy Feet 2” e se valeu da evolução tecnológica desenvolvida nesse tempo para vir com uma história atraente. Agora, as plumagens dos pinguins são mais suaves e os blocos de gelo da Antártida, com todo o seu “espetáculo natural”, proporcionam maior impacto. É o que o cineasta australiano chama de “foto-realidade”, um realismo fotográfico quase sensorial. Para conseguir tal efeito, a produção mandou duas expedições para a região dos pinguins-imperadores e de Adélia, onde documentaristas e designers capturaram a textura, a luz e até o tipo de vento do local. Na nova aventura glacial, Mano, o pinguim dançarino que na primeira história havia se rebelado contra a sua comunidade por não saber cantar, vive um dilema parecido: seu filho Erik não gosta de sapatear.

O filhote foge da proteção paterna e encontra um amigo com melhores habilidades, Sven – ele pensa que o papagaio-do-mar é um pinguim que consegue voar. Outros personagens novos na paisagem gelada são os camarões Will e Bill, cujas vozes foram feitas, respectivamente, por Brad Pitt e Matt Damon. E eles cantam.

Filmes como “Happy Feet 2” representam hoje o coroamento da animação por computação gráfica, uma revolução que começou com a Pixar, ganhadora de seis dos dez Oscar já conferidos até hoje. A chegada de “As Aventuras de Tintin”, contudo, promete outra reviravolta na área. Feita segundo a técnica de “performance capture”, em que os movimentos dos personagens são criados por atores reais, a saga do menino repórter deve quebrar a resistência de Hollywood em relação a essa nova técnica. “A direção de Steven Spielberg vai ajudar o filme a ter uma melhor aceitação no mercado americano”, diz Saldanha. Já era tempo.

img.jpg

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

img1.jpg


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias