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Confira a entrevista em vídeo com as irmãs Laura, Tamara e Marina Klink e
descubra como as filhas do velejador mais famoso do Brasil transformaram
suas experiências ao lado do pai na Antártida em livro

 

 

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EDUCADORAS
As irmãs Tamara, Laura e Marina Klink escreveram um livro sobre educação ambiental

As gêmeas Tamara e Laura, 14 anos, e sua irmã caçula, Marina, 11, sabem bastante sobre a fauna brasileira e do Polo Sul. Sabem também da importância de jogar o lixo no local certo e usar água de forma racional. Elas tiveram aulas de educação ambiental bem diferentes daquelas que a maioria das crianças e adolescentes costumam ter. O aprendizado das meninas se deu, em grande parte, durante as seis viagens que fizeram à Antártica com os pais, o velejador Amyr Klink e a fotógrafa Marina Bandeira Klink.

Numa dessas aventuras, as meninas perderiam um mês de aula. Como forma de compensar as faltas, levaram todas as atividades de classe e de casa para a expedição e, quando voltaram, fizeram uma apresentação aos colegas sobre o continente gelado. O dever de casa fez tanto sucesso na escola que, dois anos depois, as irmãs Klink já fizeram mais de 60 apresentações. A experiência virou até livro, “Férias na Antártica”, lançado em 2010 e adotado em 28 escolas.

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“A gente só consegue amar e proteger o que conhece”, diz Tamara. “Mostrando o que vimos, podemos estimular as pessoas a tomar uma atitude”, completa Marina. Nesse tempo que estão percorrendo escolas e empresas com sua palestra, as meninas já viram mudanças acontecendo.

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EXEMPLAR
No Japão, todas as crianças têm aulas sobre educação
ambiental e ainda ajudam a fazer a faxina de suas escolas

O trio faz parte de uma geração que tem tudo para melhorar o planeta em que vivemos, com acesso a muita informação e em uma fase da vida na qual a curiosidade pulsa. Vários profissionais de educação, escolas, empresas e organizações já identificaram a oportunidade e investem pesado nesse público.

A Fundação Bunge, braço filantrópico da gigante empresa alimentícia, une meio ambiente à literatura. Por meio do programa Comunidade Educativa, e com a ajuda de uma pedagoga, um tema ambiental é inserido no projeto pedagógico de cada escola. A organização leva voluntários do seu quadro de funcionários para ajudar professores durantes as aulas de leitura. “Nosso objetivo é trazer a educação ambiental dentro de um conceito de cidadania, fazendo cada um se questionar sobre o seu papel”, diz Claudia Calais, diretora-executiva da Fundação Bunge.

Matheus Cauã da Silva, 9 anos, é um dos beneficiados pelo projeto e está multiplicando o conhecimento em casa. “Minha mãe deixava o chuveiro ligado o tempo todo durante o banho. Então falei para ela que existe muito pouca água doce no planeta e é preciso ter consciência para usá-la”, diz o aluno da 3ª série do Centro Educacional Unificado do Jaguaré, escola pública da capital paulista.

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GLOBAL
Acima, alunos americanos em contato direto com a natureza.
Abaixo, as irmãs Klink com os pais, na Antártica

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“A legislação, a tecnologia e o planejamento energético são ­maneiras de ajudar no combate ao aquecimento do planeta. Mas nenhum deles é tão eficiente quanto a educação”, disse à ISTOÉ Atsushi Asakura, professor da Universidade de Hiroshima. “Sem isso, as leis não vingam e a tecnologia fica sem ter quem a desenvolva.” O japonês fala com a autoridade de quem vive num país onde ensinar a lidar com o planeta se tornou uma questão de sobrevivência.

Grande parte dos pais atuais do Japão viveu nos anos 1960 e 1970, período em que a economia prosperava. “Era um tempo em que não valia a pena consertar um aparelho. Saía um modelo mais novo, e o japonês médio jogava seu som, videocassete e televisor no lixo, sem a menor cerimônia”, lembra. Mas muita coisa mudou de lá para cá. Muitas leis foram criadas e, hoje, segundo ele, todo japonês sabe que atirar um televisor no lixo é uma atitude fora da lei. “E quem comete esse delito vai para a cadeia”, conta. Alguém que queira se livrar de um eletrodoméstico agora tem de contratar uma empresa, que irá desmontar o aparelho e dar um fim correto para suas partes.

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“Sem a educação ambiental, as leis não vingam
e a tecnologia fica sem ter quem a desenvolva”

Atsushi Asakura, professor da Universidade de Hiroshima (Japão)

No momento em que o poder de compra do brasileiro aumenta, é hora de educar os novos consumidores. Um passo importante foi dado em 1999, quando foi aprovada a lei que institui o Programa Nacional de Educação Ambiental (PNEA), gerido pelos Ministérios da Educação e do Meio Ambiente. De 2004, quando foi implementada, até 2010, foram investidos mais de R$ 10 milhões na formação de professores e alunos da rede pública. Em 2012, quando acontece no Brasil o Rio+20, o MEC pretende abordar os mesmos temas do evento durante a quarta edição da Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente, outra ação do PNEA. “Podemos influenciar positivamente os futuros tomadores de decisões”, diz José Vicente Freitas, coordenador do programa.


Professores e alunos concordam que as gerações atuais têm nas mãos uma grande responsabilidade, mas também uma oportunidade. Ninguém melhor do que uma educadora e, ao mesmo tempo, aprendiz, para definir a situação. “O que aprendermos agora será passado para nossos filhos e netos. Se todos fizerem isso, o planeta que teremos no futuro será muito mais verde e alegre”, conclui a jovem Marina Klink.

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Colaboraram Izadora Rodrigues e Edson Franco 


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