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MIL CONQUISTAS
Atletas da ginástica artística masculina comemoram a medalha de
ouro por equipes. Foi o milésimo pódio do Brasil na história do Pan

O recorde de medalhas de ouro obtidas em Pan-Americanos disputados fora de casa. A elevação ao status de força esportiva das Américas. As vitórias em provas nobres como os 100 metros rasos. A conquista de vagas para a Olimpíada de Londres. Somadas, essas façanhas revelam um salto na performance do esporte brasileiro em competições internacionais. Pouco antes do início das competições, o ex-jogador de vôlei e chefe da missão brasileira em Guadalajara, Bernard Rajzman, fez a seguinte previsão à ISTOÉ: “Sinto que o nosso desempenho stará mais perto do Rio do que de Santo Domingo”, disse, referindo-se, respectivamente, aos Pans de 2007 (54 ouros para o Brasil) e 2003 (29). Até a conclusão desta edição, o País já contava com 39 medalhas douradas.

Apesar de ser motivo de celebração, o recorde de medalhas não era a principal meta da delegação brasileira em Guadalajara. “Nossa missão aqui é conseguir o maior número possível de vagas em Londres”, disse Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro. Parte dessa meta foi atingida. Graças aos ouros obtidos no handebol feminino, hipismo, pentatlo e triatlo, o País classificou mais 21 atletas para a Olimpíada de 2012, o que faz a delegação nacional contar desde já com 100 integrantes. Até Londres é parte de um projeto maior: brilhar nos Jogos do Rio, em 2016. A meta do COB é, em casa, fazer o Brasil subir ao pódio olímpico em modalidades que ainda não tiveram esse gosto. Hoje, esse é um privilégio alcançado por apenas 11 esportes: atletismo, basquete, boxe, futebol, hipismo, judô, natação, tae kwon do, tiro, vela e vôlei.

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PROMESSA
Rosângela Santos venceu os 100 m rasos e sonha com medalha em 2012

Há vários obstáculos pelo caminho. O maior deles é o tempo. Exemplo disso vem do triatleta Reinaldo Colucci, medalhista de ouro em Guadalajara, título que lhe rendeu uma vaga em Londres. Aos 5 anos de idade, ele foi recrutado pelo Projeto Criança, bancado por uma mineradora de sua Descalvado (SP) natal. Passou a praticar natação de maneira mais sistemática e aos poucos adicionou o ciclismo e a corrida. Só agora, 20 anos depois, ele se sente pronto para uma disputa olímpica. “Se tivéssemos projetos como o Criança espalhado pelo Brasil, haveria atleta olímpico surgindo em todo canto”, diz.

Na avaliação de outros atletas, há atalhos que possibilitam atingir a meta do COB. Ouro no heptatlo em Guadalajara, Lucimara da Silva aprova as instalações e o nível de treinamento no País, mas diz que falta experiência para os atletas: “É preciso levar a gente para fazer estágios lá fora e treinar onde estão as melhores do mundo.” Vencedora dos 100 metros rasos em Guadalajara, Rosângela Santos, 20 anos, é um retrato do grau de desenvolvimento do esporte no País. Até pouco tempo atrás, o Brasil não tinha velocistas. Isso mudou. Sua marca no México a colocaria na final olímpica de Pequim. “Quero uma medalha para o Brasil em 2012”, diz ela. O sonho é possível.

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