Beleza é o que não falta a Kaká. Talento com a bola, também não. A isso tudo soma-se o fato de ser o mais jovem e promissor jogador do futebol brasileiro, segundo confirmou uma pesquisa do Ibope divulgada na semana passada. Encomendada pela Traffic (empresa de marketing esportivo), o estudo serviu de base para que a companhia firmasse contrato com o craque. A partir de agora, ela será responsável pelo gerenciamento da imagem de Kaká, a exemplo do que já faz com Ronaldo, do Real Madrid, desde o final de 2002. Na prática, isso inclui a comercialização dos contratos de patrocínio e propaganda, administração do website, iniciativas de responsabilidade social e oportunidades ligadas a licenciamento do nome. “Não estava dando conta de filtrar todos os convites para eventos e propagandas. Agora posso me dedicar tranquilo ao futebol”, conta Kaká.

Os dados mostram que o atleta, com apenas 20 anos, é considerado o melhor jogador brasileiro em atividade no Brasil, com 21% dos votos. Em segundo vem Romário, com 18%. O são-paulino é também o sonho de consumo de 18% dos torcedores adversários e foi apontado por 36% dos entrevistados como a maior promessa para a Copa do Mundo de 2006, seguido de Ronaldinho Gaúcho, com 11%. Ganha até de Ronaldo “Fenômeno” no quesito carisma: 27% contra 25%. Só perde para ele na escolha do melhor jogador brasileiro em atividade no mundo, por 37% a 9%. De todas as vitórias alcançadas pelo craque na pesquisa, a maior goleada nada tem a ver com suas habilidades em campo. No item jogador mais sexy, Kaká fica em primeiríssimo lugar, com 60% dos votos, muito à frente do segundo colocado, Roberto Carlos, com apenas 2%. A enquete foi realizada no início de novembro, com 1.300 pessoas (homens e mulheres na mesma proporção), em 12 capitais brasileiras.

Com toda essa fama, o craque parece não assimilar o tamanho de sua popularidade. “Fiquei surpreso quando recebi o resultado da pesquisa. Gostei muito de saber que sou o mais querido dos torcedores de outros times”, confessa. Nascido em Brasília em uma família de classe média
alta, Kaká morou por algum tempo em Cuiabá antes de se mudar para
São Paulo, aos oito anos. Logo começou a treinar nas categorias de
base do São Paulo. Há dois anos, quando se profissionalizou, virou
ídolo do público masculino pelo talento com a bola e do feminino pela
fina estampa. Suas fãs, as chamadas “kakazetes”, enviam a ele cerca
de duas mil cartas por mês.

Kaká tem contrato com o São Paulo até o final de 2005, mas confessa que seu sonho é mesmo jogar na Europa. Para isso, acaba de se matricular em um curso de inglês. “Eu já sou campeão mundial. O que mais quero agora é jogar lá fora. Mas só daqui a um tempo”, assume. Sua carreira, pelo visto, está toda programada. Apesar da pouca idade, Kaká tem objetivos claros e não tem pressa em cumpri-los. “Programo tudo. Traço metas e vou executando-as aos poucos. Gosto de ter o controle sobre o que vou fazer de minha vida”, conta. Enquanto fica por aqui, colhe os louros de seu trabalho com muitos contratos publicitários (entre eles Armani e Ambev) e, para decepção das fãs, usa o tempo livre para namorar. O nome da felizarda é Caroline, tem 15 anos e é filha de Rosângela Lyra, executiva da marca Christian Dior para a América Latina. “Estamos juntos há quatro meses. Sei que as fãs ficam um pouco frustradas, mas uma hora eu ia ter que namorar, né?”, brinca.