Bryan Ferry (Rio de Janeiro, ATL Hall, dia 12; e São Paulo, Credicard Hall, 13 e 15) – Filho de um trabalhador de mina de carvão, o ex-vocalista do Roxy Music transgrediu não só suas origens ao se graduar numa escola de artes como, depois de optar pela música, dedicou-se a revestir o rock com o ar mais cool que o gênero já viu. Na carreira solo, Bryan Ferry e seu jeito de galã estilo anos 50 gravou discos especialíssimos, entre eles o álbum As time goes by (1999) – no qual interpreta com toda elegância clássicos da música americana – e o recente e imprescindível Frantic, em que volta a trabalhar com o mago dos teclados Brian Eno, seu ex-companheiro de Roxy Music. Nesta segunda excursão ao Brasil, o dandy inglês do rock vem acompanhado de uma superbanda de oito músicos, três backing vocals e duas bailarinas que também cantam. O repertório deve privilegiar as canções de Frantic, mas antigos sucessos do RM podem perfeitamente entrar como confeito. (Apoenan Rodrigues)

Status Quo (São Paulo, Credicard Hall, dia 14; e Rio de Janeiro, ATL
Hall, 15) – O grupo inglês já se chamou Spectres e Traffic Jam até
se transformar em Status Quo, em 1967. No ano seguinte lançou o megassucesso Pictures of matchstick men, aproveitando a onda psicodélica. Mas, a partir da década de 70, os guitarristas e vocalistas Francis Rossi e Rick Parfitt transformaram a banda numa usina sonora
de hard rock, forjando a imagem arquetípica do roqueiro. Da formação original permanecem Rossi e Parfitt, que se juntaram a Andy Brow (teclados), a John Rhino Edwards (baixo) e ao “novato” Matt Lettley,
nas baquetas desde 2001. Liderado pelos dois guitarristas, o Status
Quo promete satisfazer o público brasileiro fã de rock pesado apresentando músicas do recente álbum Heavy traffic, lançado no
ano passado, e clássicos de seu repertório como Gerdundula, 4500 times, Down down e Rain. Típico concerto para se assistir de pé, gritando com os punhos cerrados. (Luiz Chagas)

 

Senhor das flores (Teatro Cultura Inglesa, São Paulo) – Uma espécie de boxe travado em intensos golpes verbais é o que mostra esta peça escrita por Vinícius Márquez, na qual dois homens se digladiam por amarem a mesma mulher. No primeiro ato, Oto (Elias Andreato) é quem se mostra mais frágil e vai à lona, desesperado que está diante da perda da mulher amada para o rival Julian (Caco Ciocler), bem mais jovem. Passados seis anos, o papel se inverte. É uma peça sem grandes apelos visuais, que sustenta-se basicamente no trabalho dos dois atores e na direção segura de Marco Ricca. Ele consegue quebrar algumas deficiências do texto, pontuando o espetáculo com a violência e a delicadeza necessárias a cada situação. (Ivan Claudio)

Nêmesis (cartaz nacional na sexta-feira 14) – Não importa se o elenco não é mais o mesmo, se a história mistura elementos confusos que só eles entendem ou se até o título em português não traz o nome nascido no seriado televisivo dos anos 60. Para os trekkers, fãs da série Jornada nas estrelas, a estréia de cada episódio no cinema é sempre um acontecimento. E é assim que a nova aventura espacial chega ao Brasil trazendo o capitão Jean-Luc Picard (Patrick Stewart) no comando da lendária Enterprise, em missão diplomática de promover a paz com os romulanos. No entanto, uma ameaça – sem ela não teria a menor graça – pode transformar a Terra em poeira sideral. Pior: a ameaça vem na forma de um meio-humano chamado Shinzon (Tom Hardy), na verdade uma réplica má e mais jovem de Picard. Enfim, uma história em que maldades, coragem e amizade formam o cinturão intergalático de uma diversão totalmente sem compromisso. (Apoenan Rodrigues)