Pela absoluta falta do que fazer, o sueco Daniel Malmedahl gravou a sua voz imitando um motor de dois tempos. Isso em 1997. Seis anos depois, Erik Wernquist, outro sueco que andava de papo para o ar, criou um personagem para essa voz: um sapo banguela, de pele azulada, com capacete de motoqueiro e um olho maior que o outro. Foi aí que a empresa alemã Jamba! comprou os direitos sobre esse personagem e lançou o Crazy Frog como ringtone (toque para celular). Febre na Europa. O sapo louco, traduzido em dinheiro, vendeu R$ 56 milhões. As tevês britânicas exibiram seu comercial 2.370 vezes em um único mês. Detalhe: os adolescentes vibravam com o sapo, mas seus pais não queriam engolir um outro sapo – o fato de o sapão exibir uma estranha genitália. O ápice da carreira do sapão é o CD Crazy Frog, lançado em 30 países. No Brasil o álbum conta com duas faixas de funk, custa R$ 35 e vende diariamente, em média, 500 unidades. Quem tenta lhe fazer sombra é o rapper brasileiro Dogão, personagem virtual cujo ringtone teve três milhões de downloads.