Poucas cidades brasileiras podem ostentar os números e estatísticas do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos. Ele abriga 370 empresas, com mais de 22 mil empregos diretos, liga a região metropolitana da capital paulista a 75 cidades do Brasil e de outros 23 países e recebe 100 mil pessoas por dia. Essa multidão vai ganhar um daqueles presentes que facilitam – e muito – a vida. O governo paulista acaba de incluir na sua lista de propostas de Parcerias Público-Privadas (PPPs) o projeto para construir um moderno trem-bala entre a cidade de São Paulo e o aeroporto. Trata-se de um sonho antigo, uma obra prometida – e esquecida – por várias administrações nas últimas décadas. O trem, nos moldes dos disponíveis nos terminais das principais cidades do mundo, será capaz de alcançar 140 quilômetros por hora e completar o trajeto de 31 quilômetros em 20 minutos. Hoje, dependendo do horário, o trajeto, de carro ou ônibus, pode consumir mais de uma hora e meia.

O terminal de embarque na cidade deverá ser instalado entre as estações Júlio Prestes e Barra Funda, na região central. “Definiremos os detalhes após fecharmos com os parceiros”, esclarece o vice-governador de São Paulo, Cláudio Lembo, também presidente do conselho gestor das PPPs no Estado. O presidente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Mário Bandeira, começa a pensar na agenda de trabalhos. “Vamos abrir a licitação em 2007 e iniciar as obras no ano seguinte. Creio que entre 2011 e 2012 o trem estará operando”, adianta. A Infraero, grande interessada na melhoria do transporte até Cumbica, investiu R$ 285 mil nos estudos de viabilidade. Provavelmente, será uma das parceiras do empreendimento. Além do transporte veloz, a Infraero e as companhias aéreas poderão trazer outras vantagens preciosas para o viajante: o check-in e o despacho de bagagens antecipados. Tudo indica que as viagens, pelo menos para a felicidade dos passageiros de Cumbica, serão iniciadas com um vôo baixo.