Acostumado ano a ano à corrida do Oscar de melhor filme em língua estrangeira, o público brasileiro viu frustrada a sua esperança de ter 2 filhos de Francisco entre os candidatos à estatueta que será entregue nos EUA no dia 5 de março. Até se esqueceu de que indiretamente o Brasil vai estar presente na disputa através de O jardineiro fiel, de Fernando Meirelles – produção inglesa adaptada do romance de John Le Carré sobre uma ativista às voltas com a máfia da indústria farmacêutica na África. Meirelles está em férias no interior de São Paulo. Festejou as indicações de Rachel Weisz (atriz coadjuvante), de Jeffrey Caine (roteiro adaptado), de Claire Simpson (montagem) e de Alberto Iglesias (trilha sonora).

Também o taiuanês Ang Lee está comemorando. O seu faroeste gay O segredo
de Brokeback Mountain
(em cartaz no Brasil) levou o maior número de indicações. Foram oito: melhor filme, melhor diretor, melhor ator (Heath Ledger), melhor ator
e melhor atriz coadjuvantes (Jake Gyllenhaal e Michelle Williams), melhor roteiro adaptado, fotografia e trilha sonora. Abaixo dele vieram, com seis indicações, o drama sobre o macarthismo Boa noite e boa sorte (de George Clooney) e Crash –
no limite
(de Paul Haggis), filme que mergulha no caldeirão racial americano.
Trata-se de uma boa notícia. Como não acontecia há muito tempo, todas as indicações contemplaram temas adultos e mais políticos – aliás, políticos e
anti-George W. Bush.