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Neste Natal, um presente para quem gosta de Roberto Carlos pode sair muito caro. Ou mesmo impossível de comprar. Cada exemplar do livro de fotos “Rei”, o primeiro trabalho autorizado pelo próprio, deve custar R$ 6,5 mil. O valor é tão alto porque o papel é da melhor qualidade; a impressão é esplêndida; e o acabamento, quase artesanal. É a chegada no Brasil de uma nova onda de edições para colecionadores que, por ser tão luxuosa e limitada, tem seu preço elevado às alturas. Quem aposta no novo nicho é a editora Toriba, que sabe que seu produto é para poucos: a previsão de tiragem de “Rei” é de, no máximo, três mil exemplares, liberados em pequenos lotes de 500 unidades. Além do luxo, a obra trará documentos inéditos e imagens não conhecidas da carreira do cantor. Seu autógrafo ainda está em negociação. “Trabalhamos no segmento da exclusividade. Nosso compromisso é não promover reedições e passar para a pessoa a sensação de que ela não está adquirindo apenas um livro, mas uma obra de arte, um patrimônio”, diz Pedro Sirotski, fundador da editora.

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A ideia para essa aventura arriscada veio de uma empresa que deu supercerto no segmento do luxo, a editora inglesa Kraken Opus. Sua primeira publicação, “Manchester United Opus”, dedicada ao time de futebol, foi vendida por US$ 1,5 milhão (cerca de R$ 2,7 milhões) em um evento de caridade em Dubai. O motivo? “A numeração era 777 e o ‘triplo sete’ é um número considerado muito especial no mundo árabe”, explicou à IstoÉ Karl Fowler, CEO da empresa. Outro exemplo da fusão de extravagância e raridade foi conseguido em “The Official Ferrari Opus Enzo Diamante”, focado numa das mais poderosas marcas automobilísticas do mundo. O volume promete 50% de conteúdo jamais visto pelos amantes da escuderia e estampa em sua capa vermelha um cavalinho cravejado por 1,5 mil diamantes. A aura de objeto único não para por aí: sua tiragem é de 20 exemplares e, por isso, só pode ser vendido um em cada país. O Brasil, por exemplo, já esgotou sua cota: um milionário daqui já pagou 250 mil libras (cerca de R$ 707 mil) pelo mimo, a ser recebido durante o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, em Interlagos, no dia 27 de novembro. A competição automobilística, aliás, ganhará sua homenagem encadernada em 2012: “Um exemplar único custará US$ 1 milhão (cerca de R$ 1,8 milhão) e trará um par de tíquetes com acesso livre para toda a temporada”, diz Fowler.

 

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Segundo o editor, existem dois tipos de colecionadores: os aficionados pelo assunto e os investidores, de olho apenas no lucro. “Eles mantêm as obras em cofres de banco, nem chegam a encostar nelas. Isso é uma pena, pois se privam de um conteúdo criado com muito cuidado”, diz ele. Não tão exclusivas, a alemã Taschen e a inglesa teNeues são editoras que não esquecem do público comum, mas também investem no cliente de alto poder aquisitivo. Com o selo da Taschen, foram lançados 12 exemplares de “Norman Mailer, Moonfire”, que trazia um pedaço de rocha lunar. Custo: 95 mil euros (cerca de R$ 232 mil). Em busca de objetos cobiçados para os seus próximos livros, a Toriba firmou contrato com Emerson Fittipaldi, o jogador Ronaldo, a Seleção Brasileira e as equipes do Corinthians, Santos e Flamengo. Haja dinheiro. E lugar na prateleira.  


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