Cuiado pelo desafio de contar a odisséia de séculos de evolução do homem da Pré-História, num enredo sucinto da família de Oo e Aa, o escritor paranaense Domingos Pellegrini – em parceria iniciada a partir de projeto desenvolvido pelo professor Bertan Wickslaw, da Universidade do Povo de Kirshequistão – criou um livro bastante curioso. Tal parceria, casual e improvável, Pellegrini explica em detalhes, no melhor estilo de introdução de um filme de Indiana Jones, no prefácio de No começo de tudo (Nova Alexandria, 134 págs., R$ 18).

A idéia inicial do professor Wickslaw, segundo relata o próprio Pellegrini, era criar um romance que explicasse de maneira atraente para os
jovens os principais marcos da evolução do homem naquele período nebuloso e frequentemente confundido em suas etapas. O resultado,
que ironicamente Wickslaw acabou não vivendo para ver, é que, saltando às carreiras dezenas ou talvez centenas de anos, a obra traça um perfil cuidadoso e irresistível de como o homem teria adquirido e intercambiado seus diferentes conhecimentos rumo à sobrevivência.

Da linguagem ao controle do fogo, e daí à manufatura de utensílios

e ferramentas, tudo é descrito com naturalidade perfeitamente plausível. Igualmente os conflitos entre os povos são introduzidos esquematicamente sem que falte nenhum de seus elementos – a dominação cultural, a xenofobia, o preconceito. Está tudo lá, só que

em versão de bolso. Sem dúvida, uma forma muito simpática de mostrar aos mais novos que a História se repete e que todos tiveram que encarar o desafio de incluir as diferenças.