29/01/2003 - 10:00
Foi-se o tempo em que verão sem cerveja não era verão. Este ano, a areia tem sido invadida por coloridas garrafas long neck. Com gradação alcoólica semelhante à da cerveja (entre 5o e 7o), as ices multiplicam consumidores e, de uns tempos para cá, estão se diversificando. Além da fórmula tradicional, popularizada com a Smirnoff Ice, as gôndolas dos supermercados começam a apresentar novas combinações. A vodca cede lugar a destilados como rum, tequila, uísque e cachaça, e o aroma artificial de limão divide espaço com outras frutas. A tendência foi consagrada com a novidade da Companhia Müller de Bebidas, fabricante da Caninha 51. Ela atende pelo nome de 5! Ice – assim mesmo, com um ponto de exclamação no lugar do número 1 – e já conseguiu reciclar o público consumidor da aguardente. Seus coquetéis gaseificados de maracujá, tangerina, lima e limão já representam 15% do mercado de ices. “Embarcamos na onda das sodas alcoólicas e resolvemos desenvolvê-las com cachaça. Mais do que qualquer outra bebida, a nossa pode ser misturada com todo tipo de frutas”, diz Milton Bigi, superintendente de marketing da empresa. A concorrente Tatuzinho, fabricante da Velho Barreiro, lançou a Caipirinha Ice. Ela aposta no mais tradicional drinque brasileiro para popularizar o segmento de coquetéis prontos, já disseminados nas classes A e B.
A substituição da vodca por outras bebidas começou no final de
2001 com a linha Breezer da Bacardi. Ela desenvolveu quatro sabores diferentes de ice produzidos com rum (laranja, abacaxi, limão e
melancia) e introduziu a novidade em mais de 30 países. A partir daí,
o caminho estava traçado. A Johnnie Walker, por exemplo, lançou
a suave e gaseificada One, enquanto a Teachers aposta na velha
fórmula uísque com guaraná.
Outra novidade é a Mexicana Ice, variação à base de tequila com sabor de limão. Os preços variam entre R$ 2,50 e R$ 6. O toque final no colorido bloco de garrafinhas fica por conta da Flying Love, com sabor de framboesa. A Flying do Brasil – empresa de João Paulo e Pedro Paulo Diniz, Edsá Sampaio e Gil Farah – promete para 14 de fevereiro a menina dos olhos da casa. Feita com vodca, ela foi desenvolvida com a mesma essência das balas Frumello e deve ser bem recebida pelo público feminino, tradicional consumidor de bebidas mais adocicadas. “Essa será
a primeira ice com sabor de framboesa do mundo. Vai agradar ao consumidor jovem e sofisticado”, espera João Paulo Diniz. “Balas e iogurtes de frutas vermelhas são líderes em seus segmentos. Só faltava uma ice”, comemora o diretor comercial Manuel Gouveia. O resultado? Noite e praia cada vez mais coloridas e charmosas.
