Briga mesmo dentro do governo está havendo nas indicações para os cargos de segundo escalão nos ministérios. Guerra entre as facções do PT e entre o partido de Lula e seus aliados no Congresso. Vai aí um exemplo: o ministro do Trabalho, Jacques Wagner, tentou emplacar um diretor para a Delegacia Regional do Trabalho no Rio de Janeiro, mas recebeu sinal vermelho do Planalto. Veto do líder do PTB na Câmara, Roberto Jefferson (RJ), que, procurado por esta coluna, explicou a confusão: “Eu indiquei o Maurício Steinbruch, de esquerda, filiado ao PDT, primo do Benjamin Steinbruch e amigo do senador Aloizio Mercadante. Mas o ministro não aceita. Ele quer repetir no Rio o que está fazendo no resto do País, nomeando representantes da CUT para as DRTs. Ou seja, a CUT é que arbitraria os embates entre empresários e trabalhadores. Avisei ao governo que isso vai virar uma bomba.” Ele tem razão: a disputa pelo segundo escalão tem tudo para virar um terreno minado.

Sub judice

Os ex-senadores José Roberto Arruda e Antônio Carlos Magalhães, que renunciaram no ano passado para evitar a cassação depois da fraude no painel do Senado, ainda vão responder no Supremo pelos crimes de violação de documento público e de sigilo funcional. Eles foram denunciados pelos procuradores Celso Três e Marcelo Serra Azul, que cobram a perda dos direitos políticos dos dois, mesmo com a reeleição.

Efeito Adauto

Chefe da Controladoria-Geral da República, Waldir Pires vai sugerir ao presidente Lula que altere o nome do órgão para Ministério do Controle e Transparência. Pires quer reforçar sua área com mais de mil auditores fiscais. Quer também iniciar um sistema de computador inédito de prevenção à corrupção, desenvolvido por técnicos do próprio controle federal do governo.

Rainha da milhagem

A procuradora federal Maria Eliane Menezes é a campeã de
viagens do Ministério Público Federal. Em 330 dias de trabalho,
entre fevereiro e novembro do ano passado, viajou nada menos
que 112 dias. Recebeu R$ 44,8 mil em diárias. A média por
procurador é de R$ 8 mil no mesmo período.

Jogo pesado

No rastro do “Comendador” Arcanjo – chefe do jogo do bicho e de cassinos em Mato Grosso e acusado do assassinato de um jornalista –, a PF obteve gravações de conversas mostrando que ele estava ligado ao ex-deputado José Carlos Gratz, que comandou durante anos a política no Espírito Santo. E a uma firma espanhola de máquinas de bingo, a Cirsa. O problema é que esta é uma das empresas do ramo que mais crescem no País. Em Goiás, o governador Marconi Perillo simplesmente entregou à Cirsa a administração da Loteria local.


Guerra no PPS

O ministro Ciro Gomes anda fulo da vida com o deputado Roberto
Freire, presidente de seu partido. Seguro de que Freire está fazendo
uma caça às bruxas do grupo cirista, chamou o PTB para o
contragolpe. Quer acelerar a fusão entre os dois partidos.
Se não der, Ciro pode até mudar de legenda.

Rápidas

• Outro ministro do governo Lula pode ter vida curta. Márcio Thomaz Bastos, da Justiça, está cotado para ser indicado por Lula, em junho, para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal.

• O líder do PT na Câmara, Nelson Pelegrino, anda incomodado. É que o presidente do seu partido, José Genoino, se aboletou em seu gabinete, tomando para si todos os holofotes.

• O programa Fome Zero chegou ao Palácio do Planalto. Os funcionários, que só tinham direito a um lanchinho durante o expediente, agora recebem quatro refeições diárias. A custo zero.

• Tinha lugar para o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) no café da manhã que o petista Tião Viana ofereceu ao senador Renan Calheiros. Mas uma ordem da Casa Civil tirou-lhe a torrada da boca.