Bem no início dos anos 1960, a vassoura ingressou no cenário político brasileiro com o populista ex-presidente Jânio Quadros – o seu jingle dizia “varre, varre, vassourinha; varre, varre a bandalheira, que o povo já está cansado de viver dessa maneira”. Meio século depois, mais precisamente na manhã da quarta-feira 28, as vassouras voltaram a Brasília pelas mãos da ONG Rio da Paz – 594 delas foram fincadas diante do Congresso, uma para cada parlamentar, em um protesto contra a corrupção. Poucas horas depois, no entanto, houve a rapina: 50 vassouras foram roubadas, isso do lado de fora, enquanto do lado de dentro da Câmara ocorria, segundo o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR), uma rapinagem ética: o seu Conselho, justamente o de Ética, recusou-se, sem sequer olhar provas, a abrir processo por quebra de decoro contra o deputado Valdemar Costa Neto. Jânio não serviu para nada em Brasília, só fez jogar o País numa barafunda política.