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Muita gente ainda acha que histórias em quadrinhos são coisa de criança. Ou de nerd. É só passar na livraria mais próxima para ver que esse mercado não é mais o mesmo. Primeiro, porque o espaço físico dado para o gênero cresceu. Na Fnac, rede francesa com sete livrarias no Brasil, novas estantes vieram com o aumento de 30% nas vendas entre o primeiro semestre de 2006 e o primeiro semestre deste ano. Benjamin Dubost, diretor comercial da rede, tenta entender o aumento do público: “Quadrinhos não têm idade. Você pode ler Asterix com seu filho de seis anos, e ele vai ler de um jeito e você de outro.” Cresceu também o número de editoras especializadas. Além da Pixel, criada no ano passado pela gigante Ediouro e pela Futuro, algumas, como a Desiderata, estão estreando no negócio. E mesmo editoras tradicionais passaram a investir no segmento. A Companhia das Letras, por exemplo, tem lançado títulos como Maus, de Art Spiegelman, e Persépolis, de Marjane Satrapi. “Há quadrinhos que são alta literatura e merecem ser lidos e criticados como tal”, diz o editor André Conti, da Companhia das Letras. “Veja o que aconteceu com a literatura policial: hoje ninguém duvida de que Dashiell Hammett e Raymond Chandler sejam grandes escritores, mas na época eram desprezados pela crítica.”

A palavra-chave desse boom dos quadrinhos é variedade. “Existe uma diversificação, com títulos de várias procedências”, diz Alexandre Linares, coordenador editorial da Conrad, uma das principais publicadoras do gênero. Leandro Luigi Del Manto, editor da Devir, concorda. A empresa começou como livraria e distribuidora e, em 1998, passou a lançar seus próprios títulos. Mas foi com Sin city, em 2005, que as coisas tomaram o rumo atual. “A partir dali, a quantidade e a diversidade aumentaram bastante, definindo a política editorial da Devir: variedade.” Quase ninguém discorda de que o cinema é o grande responsável por esse novo interesse pelos quadrinhos, especialmente depois de sucessos como Homem-aranha, Sin city e 300. Não é por outro motivo que o Comic-Con, evento-monstro de HQ sediado em San Diego, Estados Unidos, se tornou a maior plataforma de lançamento de Hollywood.

A palavra-chave desse boom dos quadrinhos é variedade. “Existe uma diversificação, com títulos de várias procedências”, diz Alexandre Linares, coordenador editorial da Conrad, uma das principais publicadoras do gênero. Leandro Luigi Del Manto, editor da Devir, concorda. A empresa começou como livraria e distribuidora e, em 1998, passou a lançar seus próprios títulos. Mas foi com Sin city, em 2005, que as coisas tomaram o rumo atual. “A partir dali, a quantidade e a diversidade aumentaram bastante, definindo a política editorial da Devir: variedade.” Quase ninguém discorda de que o cinema é o grande responsável por esse novo interesse pelos quadrinhos, especialmente depois de sucessos como Homem-aranha, Sin city e 300. Não é por outro motivo que o Comic-Con, evento-monstro de HQ sediado em San Diego, Estados Unidos, se tornou a maior plataforma de lançamento de Hollywood.

Outra novidade dessa explosão editorial é que o filão não se reduz aos super-heróis. Hoje, as chamadas graphic novels podem tratar de temas adultos, com doses menores ou maiores de violência. Não surpreende, portanto, que a grande tendência em ascensão do gênero sejam as adaptações literárias. A Agir lançou O alienista, de Machado de Assis, a Conrad contratou Marcatti para fazer A relíquia, de Eça de Queiroz, e a Nova Fronteira apostou em O beijo no asfalto, de Nelson Rodrigues, feita por Arnaldo Branco e Gabriel Góes. Na área didática, disciplinas como a biologia e a história entram na equação de títulos como História do mundo em quadrinhos, da Jaboticaba. E, pensando nos novos autores, existem até mesmo quadrinhos sobre como fazer histórias em quadrinhos. É o caso de O circo de Lucca, que a Devir lança em breve.

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GÊMEOS EM ASCENSÃO

A edição de verão da revista americana Entertainment Weekly traz apenas um – no caso, dois – destaque dos quadrinhos entre os 100 nomes escolhidos: os gêmeos brasileiros Fábio Moon e Gabriel Bá, 31 anos. Fábio desenha a série Casanova e Gabriel trabalha em The umbrella academy, do vocalista da banda My Chemical Romance. São deles também De: Tales – stories from urban Brazil e 10 pãezinhos – mesa pra dois, que lhes deu o título de melhores desenhistas de 2006 no HQ Mix. Fábio e Gabriel não tratam de superheróis. “Falamos do dia-a-dia, de pessoas normais. Para nós o que importa é a história”, diz Gabriel.

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