"Precisamos repensar a economia informal. Os sindicalistas têm a tendência de acreditar que todos os trabalhadores devem estar filiados aos sindicatos. Mas hoje é necessário criar uma organização que responda a essa massa de trabalhadores que não têm sequer um patrão.” A frase é de Miguel Caro, presidente da Central Geral de Trabalhadores da Colômbia, um dos participantes da III Conferência das Américas que reuniu sindicalistas do mundo inteiro nos dias 27 e 28 (quarta e quinta-feira) no Parlamento Latino Americano (Parlatino), em São Paulo, dois dias antes de ser iniciado o Congresso da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil.

A economia informal é, portanto, um dos maiores desafios do movimento sindical contemporâneo, principalmente na América Latina. Só no Brasil, esse setor responde por nada menos que 40% do PIB, o que representa R$ 400 milhões (o total é de R$ 1,083 bilhão em 2001). Para Valentín Pacho, vice-secretário-geral da Federação Sindical Mundial (FSM), a economia informal é a “tábua de salvação” de seu país, o Peru, onde 52% dos trabalhadores estão na informalidade. Por isso mesmo, diz Pacho, os trabalhadores sindicalizados deveriam buscar a união com seus colegas informais. Já para o sírio Adib Miro, também vice-secretário-geral da FSM, trata-se de reativar o velho sindicalismo. “Nossa prioridade é combater a informalização do trabalho”, emenda Antônio Neto, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil.