Um observador pouco atento teria dificuldade para perceber as diferenças entre a nova e a velha versão do Audi-A6. De fato, a fábrica alemã não fez grandes alterações no design do modelo que acaba de chegar ao mercado. Mas nem precisava. Lançado há seis anos, o A-6 não perdeu modernidade e arrojo, justificando sua liderança no segmento dos carros médios de luxo no Brasil.
No quesito alegoria, a máquina recebeu nova grade dianteira com friso duplo cromado e faróis maiores e mais eficientes. Lanternas
traseiras vermelho-escuras e canos de escape salientes dão um toque de agressividade ao conjunto. Isso sem falar nos pára-choques embutidos à carroceria, uma marca registrada Audi.

Porém, visual não é o que mais interessa nesse carro. O melhor do A-6 não está ao alcance dos olhos, mas, sim, das mãos. A exemplo do recém-lançado A-4, o sedã vem equipado com o novíssimo câmbio Multitronic. A transmissão é o trunfo da marca para continuar a ver, pelo retrovisor, os Mercedes Classe E, BMW Série 5 e Jaguar X-Type, seus maiores concorrentes. A fábrica alemã desenvolveu a primeira transmissão automática do mundo com engates mais rápidos e precisos do que a similar mecânica. A façanha é garantida por um revolucionário sistema de correias que substituiu as diversas engrenagens dos câmbios tradicionais. “É o melhor de dois mundos”, entusiasma-se Leonardo Senna, diretor de marketing da Audi Senna. As trocas são tão suaves que não dá nem para ouvir aquele tic-tic típico das transmissões tradicionais. Não é à toa que na Alemanha, a pátria do carro, as vendas do A-6 automático saltaram de 20% para 50%, proeza do novo sistema.

Para aproveitar ao máximo tamanha rapidez e precisão, o A-6 ganhou um novo motor 3.0 de seis cilindros. O propulsor vem substituir o antigo 2.8. Seus 220 cavalos o levam dos zero aos 100 km em 7,4 segundos. A versão anterior gastava 10,1 segundos para atingir a mesma marca. Impotência definitivamente não é um mal que aflige a família Audi. A linha 2002 ainda oferece os poderosos V6 2.7 biturbo e o V8 4.2. Além de beleza, força e suavidade, o A-6 vem com um, digamos assim, cheirador automático. Ao passar por um lixão ou qualquer coisa parecida, um sensor do ar-condicionado impede a entrada de ar externo no interior do carro. O equipamento passa então a funcionar com ar interno. Ao perceber que o mau cheiro passou, volta ao normal. Mas tantas novidades têm um preço. Quem quiser tê-lo na garagem terá que desembolsar cerca de R$ 170 mil, preço da versão básica. É. Estamos falando de um Audi.