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Domingo Alzugaray
Editor e diretor responsável

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Trinta e cinco anos depois de lançarmos ISTOÉ, temos a certeza absoluta de que estávamos em sintonia perfeita com a vocação dos brasileiros de viver em um país em pleno exercício do Estado Democrático de Direito. Em 1976, quando foi às bancas o primeiro exemplar da revista, o Brasil ainda estava sob uma ditadura militar que insistia em sufocar, torturar e, muitas vezes, calar para sempre aqueles que bradavam por democracia, respeito às opiniões divergentes, soberania nacional, direitos humanos e liberdade de expressão. Eram os anos de chumbo de nossa história recente. ISTOÉ ajudou a fazer com que as vozes abafadas nos porões da repressão fossem ouvidas. E, assim, contribuiu de forma decisiva para as profundas transformações vivenciadas pelo País nas últimas três décadas e meia. A revista ousou desafiar o poder fardado em nome de uma sociedade que clamava por mudanças.

Aos olhos de hoje, esta construção toda soa como um ato de bravura. Foi necessário coragem, sim. Mas é da própria essência de ISTOÉ empunhar com energia e persistência os valores da pluralidade, da honestidade, da ousadia intelectual e do espírito crítico. Sabíamos desde a fundação da revista que ela só se consolidaria com o permanente respeito a essa essência.

Foi uma transição difícil, cheia de obstáculos, mas, em 35 anos, o Brasil deixou de ser uma ditadura para ocupar destaque no concerto das nações como uma das maiores democracias do mundo. Passamos de uma economia dependente, fechada e concentradora de renda para ocupar um lugar de relevância em um mundo globalizado. Hoje, o Brasil surge como um protagonista entre os povos mais desenvolvidos, colocando-se no centro das decisões e não mais como inocente observador.

ISTOÉ acompanhou passo a passo a evolução da sociedade brasileira. Os avanços dos costumes e as criações culturais de um povo cheio de imaginação e vontade sempre tiveram a atenção da revista, que se tornou leitura obrigatória para aqueles que quisessem conhecer as transformações que marcaram as últimas décadas do século passado. Em nossas pá­ginas também refletimos a caminhada tecnológica que alterou o dia a dia de cada cidadão deste país. Todos esses movimentos, políticos, econômicos, sociais e culturais, foram retratados pela revista sem preconceitos. ISTOÉ fez isso sem se atrelar a nenhum grupo político ou econômico, firmando compromissos apenas com o leitor. É essa independência que permite ao corpo de jornalistas desta casa o exercício pleno da profissão.

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Mesmo após a conquista da de­mocracia, a revista segue respeitando seus valores natos e continua a desempenhar o papel de bem informar e fiscalizar o uso dos bens públicos, independentemente da coloração partidária ou dos princípios ideológicos daqueles que estejam exercendo o poder de governar. Dessa maneira, pode-se afirmar que depois de 35 anos ISTOÉ renova seu compromisso com os valores de pluralidade, honestidade, ousadia intelectual e espírito crítico. Assim, a revista continuará a ser insubstituível na construção de um Brasil melhor. 

 

Caco Alzugaray
Presidente executivo

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Entrei na Editora Três com 19 anos como assistente de redação.

Naquele momento, a editora já tinha 16 anos de vida e a ISTOÉ, ainda na sua infância, aos 12 – sob a firme condução empresarial e orientação institucional de meu pai, Domingo Alzugaray, e a combativa direção de redação de Mino Carta –, já tinha feito muito barulho e incomodado bastante os planos pouco elogiáveis das autoridades ditatoriais.

Ao longo desses 23 anos que conduzo meu carro diariamente para a Lapa de Baixo, onde estamos sediados (o verbo “entrincheirados” também cabe para alguns bons momentos de nossa história), tive a honra e a sorte de conviver e aprender com muitos dos melhores profissionais da área editorial do País, com todos, sempre mais do que carregando, ajudando a formar o DNA da ISTOÉ, que tem como principais características de seu código genético o amor pelo Brasil e a luta incansável pela justiça social, porém sem a raiva burra e que pretende “cabrestear” leitores, mas sim informá-los e muito bem. Dando  a nossa visão dos fatos sim, mas ao mesmo tempo respeitando as outras.

Com o Mino – bem depois de ter­mos apresentado (em capa de uma edição de 1978) ao País a promessa política e então líder do movimento sindical de São Bernardo do Campo, Luiz Inácio Lula da Silva (pág. 150 desta edição) –, a ISTOÉ, em 1992, foi a principal protagonista do impeachment do ex-presidente Collor ao trazer à tona para o Brasil o personagem que veio a comprovar ilicitudes que tornaram sua permanência insustentável. O motorista Eriberto França foi a testemunha-chave para que o então presidente Collor se afastasse do poder.

Em seguida, com o também lendário jornalista Tão Gomes Pinto, a ISTOÉ acentuou sua veia de jornalismo investigativo. Trouxe à baila casos de escândalos na alta esfera de governo, como o Sivam, a Pasta Rosa e vários outros. Em meados dos anos 90, sob a direção de Hélio Campos Mello, a ISTOÉ seguiu com o seu DNA de reportagem de campo e descobriu que o então presidente do Congresso, Antônio Carlos Magalhães, havia violado o sigilo da votação da cassação de Luiz Estevão, na famosa “Fraude do Painel do Senado”, no episódio que o fez renunciar daquela presidência e do cargo de senador, horas antes da votação que o expulsaria daquela Casa.

E desde 2006 até hoje, sob o firme e altivo tripé formado pelos diretores edi­toriais Carlos José Marques, seu adjunto Luiz Fernando Sá e o diretor de redação Mário Simas Filho, a nossa ISTOÉ tem dado constantes demonstrações não apenas de vigor e independência editoriais como de que está em seu momento mais próspero, revelando fatos relevantes – embora em certos casos delicados – para o destino de nosso país, como o “Mensalão Mineiro”, o uso de dinheiro público para fins privados por juízes de tribunais superiores e desvios ministeriais. A ISTOÉ desses últimos tempos também jogou luz sobre personagens controvertidos, a exemplo do engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como “Paulo Preto”, que foi decisivo na campanha presidencial de 2010 por ter personificado o esquema de caixa 2 de um dos candidatos. Foi também ISTOÉ que conseguiu a primeira entrevista exclusiva com o ex-terrorista italiano Cesare Battisti, peça central de uma das maiores crises diplomáticas do Brasil dos últimos anos. Tudo isso sem nunca perder o foco em nossa missão nada destrutiva, ao contrário, construtiva, de ajudar ao máximo o País a se desenvolver socioeconomicamente, sempre apontando para os nossos leitores o que também tem sido feito de bom por aqui, nas instâncias política, empresarial e da sociedade civil.  E o que ainda pode ser feito.

Esta é a brevíssima história da sua ISTOÉ. Uma revista nem melhor nem pior do que as outras semanais do mercado, apenas diferente. Bem diferente.

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19 de janeiro de 1976: O governo enquadra os militares da linha dura

26 de dezembro de 1977: Lei do divórcio garante o “felizes enquanto dure”

25 de julho de 1978: Uma revolução na fertilidade

12 de maio de 1978: Os trabalhadores começam a fazer história

16 de outubro de 1978: O mundo conhece João Paulo II, o papa do ecumenismo

28 de agosto de 1979: E veio a Anistia

30 de abril de 1981: O último suspiro da ditadura

24 de setembro de 1982: Identificado o vírus que ameaça a humanidade

25 de janeiro de 1984: O povo ocupa as ruas para eleger seu presidente

15 de março de 1985: Sarney, o primeiro presidente civil pós-ditadura militar

26 de abril de 1986: O desastre de Chernobyl e o pesadelo nuclear

27 de julho de 1988: A Constituição Cidadã

9 de novembro de 1989: A queda do Muro de Berlim põe fim à Guerra Fria

16 de março de 1990: O confisco sem precedentes

6 de agosto de 1991: O Big Bang da internet comercial

17 de janeiro de 1991: Os EUA iniciam a segunda Guerra do Golfo

2 de outubro de 1992: Depoimento de motorista leva ao impeachment

1º de maio de 1994: O Brasil chora a perda de um de seus maiores ídolos

17 de julho de 1994: O futebol no alto do pódio 24 anos depois

1º de julho de 1994: O plano econômico que derrotou a inflação

6 de maio de 1997: Começa a era das privatizações

23 de fevereiro de 1997: Clonagem da ovelha Dolly

1º de junho de 1998: O Viagra chega às farmácias

26 de junho de 2000: Muita esperança renasce com o Projeto Genoma Humano

11 de setembro de 2001: O atentado que mudou os EUA e abalou o mundo

1º de janeiro de 2003: O metalúrgico assume a Presidência da República

6 de junho de 2005: Mensalão abala governo e cúpula do PT

12 de maio de 2006: O crime organizado aterroriza a maior cidade do País

2 de fevereiro de 2007: A verdade inconveniente sobre o aquecimento global

15 de setembro de 2008: Explode a crise nos Estados Unidos

4 de novembro de 2008: A eleição de Obama

28 de novembro de 2010: A sociedade enfrenta o tráfico

1º de janeiro de 2011: Uma mulher assume a Presidência do Brasil

11 de março de 2011: Terremoto, tsunami e ameaça nuclear

23 de agosto de 2011: As mudanças que vêm com a Primavera Árabe

Artigo: Guido Mantega – Ministro da Fazenda

Artigo Viviane Senna: Avanços e desafios na formação do cidadão brasileiro
 


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