Quando Bento XVI era somente o cardeal Joseph Ratzinger, ele e a sua terra natal, a Alemanha, davam-se bem. Ratzinger deixou o cargo de prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé para se tornar papa e, pela primeira vez nessa função, visitou oficialmente a Alemanha na semana passada. Ele e a sua terra natal deram-se mal. Em Berlim, onde apenas 9,3% da população é católica, Bento XVI enfrentou protestos que reuniram cerca de dez mil pessoas cobrando-lhe po­sições menos conservadoras – dois atores representaram Adolf Hitler e o próprio papa (foto) e acabaram presos. No Parlamento, onde discursou, o pontífice assistiu à debandada de 100 políticos. Diplomaticamente, ele teve de deixar de lado alguns dogmas ao cumprimentar o presidente da Alemanha, Christian Wulff, e o prefeito de Berlim, Klaus Wowereit. O presidente é católico, divorciou-se e casou de novo na Igreja. Quanto ao prefeito, ele é gay.