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O mês era maio. O clima de efervescência política no País ganhava as ruas. Passava pouco mais das seis horas da manhã da sexta-feira 12 quando mais de 3 mil metalúrgicos da montadora de caminhões Scania, em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo,
entraram na fábrica, mas não ligaram suas máquinas. De braços cruzados, os operários davam início à primeira grande greve de trabalhadores depois que os militares ocuparam o poder em 1964. Organizada dentro dos banheiros da fábrica, a greve se alastrou pelo ABC paulista. Sete meses depois, o governo dos militares contabilizava 429 paralisações espalhadas pelo País. Lideradas pelo metalúrgico Luiz Inácio da Silva, o Lula, os operários exigiam melhores salários e qualidade de vida.

A força das greves dos metalúrgicos ganhou ainda mais musculatura política em 14 de janeiro de 1979 – um dia antes da posse do general João Batista Figueiredo, à Presidência da República – quando Lula arrasta mais de 80 mil trabalhadores para uma assembleia de operários no Estádio da Vila Euclides, em São Bernardo do Campo (foto). Os militares reagem às paralisações. Eles ocupam o sindicato, prendem Lula e cassam o mandato de toda a diretoria. A intervenção militar não consegue silenciar os operários e suas lideranças. Lula se reelege presidente do sindicato e surge para todo o País em reportagem de capa de ISTOÉ, a primeira revista do País a tratar as greves como movimento legítimo dos trabalhadores, como o maior líder operário do Brasil. Foi o início da conquista da redemocratização.

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PIONEIRISMO
ISTOÉ colocou pela primeira vez Lula na reportagem
de capa de uma revista nacional

 

 

 

 

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