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Diante do clima de distensão política e gradual retorno do Brasil à normalidade institucional, mesmo em meio ao regime militar, um grande contingente da sociedade se mobilizou para reivindicar a escolha do presidente do País por voto direto. Assim nasceu o movimento Diretas Já, que, em 1983 e 1984, levou às ruas de várias cidades brasileiras milhares de pessoas. A primeira dessas manifestações ocorreu no município pernambucano de Abreu e Lima, em Pernambuco, no dia 31 de março de 1983. No entanto, foi em 1984 que a mobilização ganhou força, depois que o deputado federal Dante de Oliveira (PMDB-MG) passou a recolher assinaturas para apresentar uma proposta de Emenda Constitucional restaurando o voto direto para a presidência. Passaram, então, a ocorrer os maiores comícios. Na Praça da Sé, em São Paulo reuniram-se 500 mil pessoas (foto). Na Candelária, no Rio de Janeiro, compareceram 1 milhão, e no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, cerca de 1,5 milhão de pessoas aplaudiam os discursos. No palco, políticos como Luiz Inácio da Silva, Fernando Henrique Cardoso e Tancredo Neves se juntavam a artistas e intelectuais. Alinhada com os anseios democráticos da Nação, ISTOÉ registrou em suas páginas todos os passos do movimento, mesmo quando boa parte dos meios de comunicação optava pelo silêncio.
A Emenda Dante de Oliveira, porém, foi votada no dia 25 de abril daquele ano e rejeitada na Câmara dos Deputados.
O Brasil só teria eleições diretas quatro anos depois. 

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