Quais são as suas lembranças a respeito dos principais acontecimentos dos últimos 35 anos no Brasil e no mundo? ISTOÉ online convidou os jornalistas de nossa redação a responderem essa pergunta. Assista ao vídeo e conheça melhor a equipe :

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Naquela segunda-feira, o presidente Ernesto Geisel acordou de mau humor. “Passei uma noite de cão. Não dormi nada, pensando em como iria agir”, contou, anos depois. O general se debatia com o comunicado de uma nova morte suspeita em dependências militares de São Paulo. Apenas três meses antes, o corpo do jornalista Vladimir Herzog, havia sido encontrado numa cela do DOPS. Os militares disseram que Herzog se enforcara (à esq.), arrependido de delatar companheiros. Mas nem Geisel acreditou nisso. Depois das manifestações de protesto que o caso provocou, o presidente tinha deixado claro ao comandante do II Exército, general Ednardo D’Ávila Melo, que não admitiria mais demonstrações de descontrole da máquina de repressão oficial. Agora vinha a notícia do assassinato do metalúrgico Manuel Fiel Filho nas dependências do Doi-Codi paulista. Sem consultar nenhum comandante militar, Geisel resolveu exonerar o general D’Ávila Melo. Na ocasião, ISTOÉ mostrou que o ato, mais que um assunto de caserna, marcava uma reviravolta na política brasileira. Naquele momento estava começando a ser dominada a chamada “linha dura” dos militares, a turma que se opunha ao projeto de abertura política do general Golbery do Couto e Silva, ministro da Casa Civil de Geisel. A partir daí, o governo enquadraria o porão da tortura que radicalizava a repressão como meio de garantir sua sobrevida. E o Brasil respirava.

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Capa ISTOÉ nº 1
Desde o início, a vocação para
antecipar as mudanças do País


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