Definir qual será a roupa mais usada no próximo ano não é mais tão fácil. Hoje as passarelas nacionais apresentam uma infinidade de tendências em seus desfiles. Não bastasse, existem as informações vindas das outras capitais internacionais de moda. Um verdadeiro leque de propostas. Somado a isso existe ainda o desejo de cada um de fazer sua moda, seu estilo, sem falar na liberdade de escolha que as marcas dão a seu consumidor. De qualquer forma, sempre existe uma aposta. E pelo menos no verão a moda será marcada por tônicas, como o social, o comportamental e o mercadológico.

Para Paulo Borges, idealizador da São Paulo Fashion Week, a veste do verão 2004 terá estampas e cores fortes. “São as principais propostas para a estação. Teremos ainda sobreposições das estampas e das cores”, diz Borges. Mas como levar a beleza conceitual das passarelas para a rua sem parecer um carro alegórico? Cada um tem sua receita. A estilista paulista Adriana Barra, dona da grife que leva seu nome, afirma que o importante é manter o bom senso. “É fundamental respeitar a mistura de cores ao sobrepor estampas”, diz ela.

Nem todos são dessa opinião. Alexandre Herchcovitch não é a favor de regras na  moda. “Minhas propostas são livres. É para combinar tudo com tudo”, explica. Tanto é que em seu desfile na última edição da SPFW, em julho, o estilista “descombinou” estrategicamente as estampas. A idéia era dar uma nova harmonia às roupas. Além das estampas, o estilista faz um mix de tecidos, unindo fios naturais com sintéticos.

Essa combinação de diferentes tecidos, é
bom lembrar, também será uma tendência no verão 2004. Bem mais simples de usar, esta mistura é apontada por duas das principais consultoras de moda do País, Costanza Pascolato e Cynthia Garcia. “É a teoria dos contrastes que permeia a moda. Unir tecidos tecnológicos com fibras naturais é a nova leitura do Hi-Lo”, explica Costanza. O termo high low vem do inglês e refere-se a misturas de peças: high – que podem ser mais chiques ou mesmo modernas – com peças low, mais naturais ou casuais. A jornalista e historiadora de moda Cynthia Garcia destaca a praticidade e o conforto desse mix. “O tecido natural deixa a pele respirar e o tecnológico concentra quase todas as qualidades da fibra natural, com a vantagem de não amarrotar”, completa.

Outra aposta em comum das gurus dos fashionistas foram as roupas confortáveis, como as calças tipo pijama ou sarongue. E é importante ainda não esquecer os acessórios, essenciais para compor um visual elegante. Ambas elegeram as sandálias do tipo Birkenstock, uma espécie de havaianas suíças, cujo par não sai por pelo menos R$ 400. Porém, Cynthia Garcia indica as versões nacionais e mais acessíveis do modelo. “São mais baratas, charmosas e não deixam de ter estilo e conforto”, conta. Costanza credita o sucesso das sandálias ao fato de serem urbanas, chiques e meio “hipongas”. “A brasileira adora esse ar hippie chique”, define. Ainda nos acessórios, sem esquecer as características tupiniquins, e considerando a lei essencial do custo-benefício, Cynthia aconselha a quem ainda não tiver aderido a aquisição de uma bolsa artesanal. “São únicas e fortalecem a individualidade. Com o valor de uma bolsa de grife, compram-se muitas das artesanais”, equaliza.

Caro ou em conta. Em tons pastel, ou berrantes. Estampado ou liso. Sobreposto ou combinado. A moda verão é divesificada e democrática. Tem para todo mundo, para todos os gostos. Mas, caso se trate de alguém fiel ao composê de calça jeans, blusinha e salto plataforma, não há problema. Cynthia esclarece que esse é o modelito básico preferido pelas brasileiras e que ele não abandonará as ruas tão brevemente. Contudo, com dicas tão especiais, é quase impossível não arriscar uma nova produção.

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