Até recentemente, quem quisesse saborear sozinho um bom espumante em um bar estava fadado a ver metade da bebida sobrar intacta no balde de gelo. Isso não acontece mais. As minigarrafas de champanhe e similares roubaram a cena e conquistaram os jovens consumidores que se satisfazem com 200 ml da bebida. Guardiãs de sabor refinado e eterno símbolo de status, foram adotadas pelo público das melhores casas noturnas e se transformaram nos principais concorrentes das ices, vendidas em garrafas long neck. “Vendemos em média quatro garrafas tradicionais de espumante e 60 mínis por noite. O novo formato rejuvenesceu o produto”, afirma o promoter Rodrigo Bittar, proprietário da Nite Eventos.

Apesar de garrafinhas francesas e espanholas estarem à disposição das importadoras há mais tempo, foi com a criação do Chandon Baby, versão diminuta do mais festejado espumante nacional, que a moda começou a pegar. “Pensamos em facilitar as coisas para quem quisesse beber nas festas ou levar para a praia”, lembra o enólogo-chefe da Chandon, Philippe Mevel. Hoje, são vendidas anualmente 500 mil unidades, o que representa quase 10% de todo o volume comercializado da bebida. Só na Chandon, o segmento cresceu 13% no último ano. E esse ritmo promete continuar em 2004. A estudante de direito Fabíola de Oliveira Neves, que sai à noite pelo menos duas vezes por semana, virou fã. A primeira coisa que faz ao chegar à balada é pedir sua garrafa. “É minha bebida favorita, mais leve do que vodca e tequila. E ainda posso tomar de canudinho”, conta. Hoje, as empresas investem cada vez mais no formato. É só tirar a rolha ou girar a tampinha!

FESTIVAL DE BOLINHAS

As francesas Veuve Clicquot e Moët & Chandon resolveram facilitar o momento do gole e desenvolveram substitutos para o tradicional canudinho. A primeira criou um bico de plástico que, atarraxado à boca da garrafa, a transforma em uma verdadeira mamadeira. O kit com quatro garrafas e quatro bicos vem em uma lata que vira balde de gelo e custa em média R$ 300. A segunda criou a miniflute, espécie de prolongador da garrafa, e tornou charmoso o hábito de beber direto no gargalo (quatro garrafas e bocais por R$ 230). Além dessas e da Chandon Baby (R$ 12), é possível encontrar minigarrafas do prosecco italiano Zonin (R$ 10), da cava espanhola Freixenet (R$ 14 o brut e R$ 10 o semi-seco) e do espumante Ego (R$ 9), produzido na Argentina pela francesa Mumm, que chega ao Brasil este mês.