chamada.jpg

 

Foram necessárias a derrubada de duas liminares da Justiça Federal e mais de cinco horas de espera para que o leiloeiro Frederico batesse o martelo na Bolsa de Valores do Rio, no fim da tarde de 6 de maio de 1997, para consolidar a venda da Companhia Vale do Rio Doce (foto acima). Do lado de fora, 300 manifestantes ameaçavam invadir o local e entravam em conflito com policiais. O Consórcio Brasil, liderado por Benjamin Steinbruch e sua Companhia Siderúrgica Nacional, arrematou a Vale por R$ 3,33 bilhões, abrindo caminho para a privatização de outras gigantes em infraestrutura e serviços públicos. “A Vale do Rio Doce não é estratégica. É uma excelente empresa que pega pedra em Carajás, põe num trem, leva para Itaqui, põe num navio e manda para o Japão ou para a Europa. Faz isso”, disse, à época, o então presidente Fernando Henrique Cardoso. “Ela não produz nada, não agrega valor ao minério. Ela, simplesmente, manda para fora o minério.” A redução do papel do Estado seguia a agenda neoliberal defendida pelo Fundo Monetário Internacional e pelo Banco Mundial. As privatizações foram um meio de reduzir o déficit público e controlar a inflação. Em 1997, foram ainda desestatizados trechos da Rede Ferroviária Federal, o terminal de contêineres do Porto de Santos e o Banco Meridional do Brasil, em um total de US$ 4,26 bilhões. No ano seguinte, foi a vez do sistema Telebras, vendido por US$ 22,06 bilhões.

img.jpg

 

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias