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COLABORAÇÃO
Luciana Segatti, da HP, conversa e trabalha com colegas do outro lado do mundo

Foi-se o tempo em que as redes sociais eram proibidas nas empresas. Não que as grandes companhias estejam estimulando os funcionários a passar horas ligados no Facebook ou no Orkut vendo fotos do último fim de semana ou lendo sobre o happy hour da sexta-feira. Elas têm investido, cada vez mais, no desenvolvimento de modelos que facilitem a comunicação interna e o surgimento de novos projetos. E, como não poderia deixar de ser, o sistema que tem tido mais aceitação, principalmente entre os mais jovens, é o da rede social. No caso, uma versão corporativa desse tipo de mídia que tomou conta do cotidiano das pessoas.

Criadas tendo os sites mais populares do gênero como referência, elas emulam, no ambiente virtual, a comunidade que é uma empresa. Por ali, informativos, detalhes de projetos, pedidos de colaboração, conversas com clientes e, ocasionalmente, até algumas informações pessoais são compartilhados. “O que antes era visto como uma ameaça à produtividade hoje pode aumentar, em muito, o volume e a qualidade do trabalho”, argumenta o consultor de empresas Claudio Neszlinger.

Uma análise rápida das empresas que criam esse tipo de mídia social para o mercado de trabalho mais dinâmico do mundo, os Estados Unidos, mostra o potencial desse negócio. Lá, duas grandes fornecedoras de soluções para redes sociais corporativas – a Salesforce.com e a Yammer.com – têm, juntas, 230 mil empresas como clientes. Só entre julho de 2010 e julho de 2011 o número de usuários da Yammer saltou de um milhão para três milhões. “Além de agilizar a comunicação, a ferramenta ajuda a descobrir novas vocações entre os colaboradores”, diz Jessica Halper, porta-voz mundial da Yammer. “Tem gente colaborando em projetos com os quais jamais teria contato não fosse a rede”, explica.

No Brasil, as gigantes da área de tecnologia foram as primeiras a perceber quanto a adoção dessas mídias podia ser positiva. A Hewlett Packard (HP), por exemplo, tem no Brasil um corpo razoável de usuários da rede social mundial do grupo, chamada de Watercooler. Como ponto de encontro para 40 mil dos 330 mil funcionários da empresa espalhados por todos os continentes, o Watercooler – que significa algo como bebedouro – ela aproxima os escritórios e reforça a cultura da empresa. “É questão de tempo para que os outros 290 mil ingressem na rede”, aposta Antônio Salvador, vice-presidente de recursos humanos da HP no Brasil. Luciana Segatti, funcionária administrativa da empresa, já entrou. Pelo menos três vezes por semana ela visita o perfil que criou no serviço. “Como a rede é fechada, podemos discutir projetos que ainda estão em desenvolvimento e buscar insights de gente do outro lado do mundo”, conta.

Mas acessar a rede apenas três vezes por semana é pouco. Pelo menos é nisso que acredita a Totvs, multinacional brasileira especializada em software de gestão. Hoje, o grupo está testando um novo sistema que integrará todas as ferramentas administrativas de uma companhia a uma rede social interna. “Todas as partes que compõem a gestão de uma empresa – pagamentos, recursos humanos, jurídico, entre outras – serão acessadas a partir de um portal que espelha uma rede social”, explica Laércio Cosentino, presidente da Totvs. Com seis clientes-piloto, entre eles a Universidade Estácio de Sá e o banco Santander, eles experimentam as melhores formas de construir essa nova maneira de acessar e gerir os recursos internos das empresas. É uma aposta e tanto. Mas, em um mundo onde mais de 750 milhões de pessoas, quase quatro vezes a população do Brasil, estão no Facebook, tudo indica que ela deve vingar.

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