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DEUSES
Estátuas de Júpiter (acima) e de Vênus (abaixo):
divindades romanas dos raios e trovões e do amor

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Está nos compêndios escolares: nenhum povo, em época alguma, acumulou tantas conquistas como o romano. Sua glória sobreviveu em narrativas épicas, na arquitetura majestosa e também nas ruínas das cidades por ele construídas – e, sobretudo, em mármores, muitos mármores. A pedra nobre e perene, usada na criação de bustos e estátuas – a forma de se retratar as celebridades no passado –, dá o tom da megamostra “Roma – A Vida e os Imperadores”, em cartaz na Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte, a partir da quarta-feira 21.

O panteão de honra de estadistas, trazido de quatro grandes museus italianos, alinha nomes como os de Augusto, Calígula, Cláudio, Nero, Vespasiano, Adriano, Trajano, Caracala e, obviamente, Julio César, o inaugurador de toda a linhagem. O maior ditador romano dá nome ao módulo inicial da mostra e vem representado por uma obra de peso, “Cabeça Colossal”, ­medindo 1,2 m. “Sabe-se da inteligência de César, mas foi um exagero representá-lo nessas dimensões”, brinca o historiador italiano Guido Clemente, que levou um ano para selecionar as 370 obras, todas originais.

A conhecida sagacidade política de César, que ampliou os seus domínios ao Oriente e à Gália (atual França), fica patente na prática do “pão e circo”: ele ia aos jogos do Coliseu, mas passava o tempo cuidando de assuntos do Senado. Os gladiadores, claro, têm seu lugar entre os retratados e, para ilustrar o seu universo de bravura, estão sendo exibidos elmos, joelheiras, proteções peitorais e gládios (punhais). Aliar política, religião e costumes é a grande ambição da curadoria, que não mediu esforços no segmento “Vida no Império: O Cotidiano das Famílias Romanas”, cujo destaque são quatro paredes de afrescos de uma casa de Pompeia. Ao tratar de Nero, o imperador que ficou conhecido pela opulência e o luxo, a mostra revela o trabalho em ourivesaria, com anéis, colares, camafeus e adornos de design arrojado. Feita especialmente para o Brasil, a exposição se fecha com o caráter multicultural do Império Romano, que adotou divindades estrangeiras como a egípcia Ísis. “Nesse aspecto, o Brasil é o país que mais se parece com Roma”, afirma Clemente.  

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