Assista a vídeo que demonstra o funcionamento da impressora tridimensional Fab@Home :

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PERFEIÇÃO
Com precisão milimétrica, o equipamento fabrica e decora cookies

Daqui a cinco anos, caso bata aquela vontade de fazer um lanche de madrugada, não será necessário colocar roupa, pegar o carro e ir a um posto 24 horas. Bastará apertar o botão de uma impressora para que uma porção de fritas e uma barra de chocolate se materializem na cozinha. As batatinhas podem ter textura de torrada, e o chocolate pode assumir as formas da Scarlett Johansson. Isso é o que prometem os pesquisadores da Faculdade de Engenharia da Computação da Universidade Cornell, nos Estados Unidos. Eles são responsáveis pela impressora tridimensional Fab@Home – expressão que significa “fabrique em casa”.

Quando iniciaram o projeto, há quatro anos, os cientistas planejavam criar um robô capaz de fabricar as peças do seu próprio corpo e substituí-las na medida em que fossem vencidas pela fadiga. O projeto seria uma bênção para a Nasa, dona dos robôs atualmente mais distantes das oficinas. Os homens de Cornell não chegaram lá, mas tiveram um momento iluminado. Entediados por ver a Fab@Home gerar peças de xadrez e miniaturas de carro, tiveram a ideia de, em vez de plástico ou metal, abastecer o aparelho com chocolate derretido. Nascia a impressora de alimentos.

A máquina veio à luz com algumas limitações. Suas seringas funcionam como os cartuchos das impressoras convencionais, o que obriga a matéria-prima a ter consistência próxima à das tintas ou, no máximo, em ponto de purê. Na velocidade atual de suas seringas, a produção de um singelo biscoito decorado pode levar horas. Superadas essas questões, tudo o que a máquina provoca é uma fornada de perspectivas animadoras. A começar pelos ingredientes, que, liquefeitos, ocupam menos espaço na cozinha. Qualquer mortal terá acesso a feitos gastronômicos dignos dos maiores chefs. Por fim, boa parte do desperdício envolvido com a confecção de comida desaparecerá, muita louça permanecerá limpa e o custo de transportar alimentos irá despencar.

Como é projeto de uma universidade, ele é totalmente aberto. Na internet é possível encontrar esquemas para montar a sua própria impressora. Um kit com as peças sai por US$ 2.400 lá fora. A empresa nextfabstore.com vende uma versão já montada por preços que começam em US$ 3.300. “Essa tecnologia permite imaginar um futuro em que você baixa receitas na internet, aperta um botão e a impressora prepara um banquete”, diz Hod Lipson, um dos responsáveis pelo projeto. Só resta a questão final: o sabor é bom? Para tentar tornar a resposta afirmativa, a universidade se associou ao Instituto de Culinária da França. Se a impressora de fato vingar, pelo menos um homem vai ficar chateado. Depois de revolucionar a cozinha passando horas esferizando e espumando alimentos, o chef catalão Ferran Adrià terá uma concorrente que fará isso brincando.

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