Apesar da choradeira do real valorizado, a indústria automobilística brasileira não tem do que reclamar. Vai fechar o ano com o maior volume de veículos exportados em sua história e experimentar o maior crescimento nas vendas para o mercado externo: 33,6%. Em dólar significa US$ 11,2 bilhões a mais nos caixas das montadoras, contra US$ 8,4 bilhões em 2004. E mais: em apenas quatro anos, as vendas ao Exterior praticamente triplicaram – saíram de US$ 4 bilhões, em 2002, para os atuais US$ 11,2 bilhões. O volume de produção em 2005 também será um novo recorde no setor: 2,44 milhões de unidades ou aumento de 10,4% em relação ao ano anterior. As vendas no mercado interno, embora tenham crescido pouco mais de 10%, ainda ficaram atrás dos anos de 1995/96/97, período que estiveram acima de 1,7 milhão de unidades comercializadas.

O número de 1,7 milhão de veículos vendidos não é recorde, mas coloca as montadoras em um patamar mais próximo dos dois milhões de unidades comercializadas no final de década de 90 (1,9 milhão, em 1997; 1,73 milhão em 1996; e 1,72 milhão, em 1995). A volta dos consumidores, segundo a Anfavea, a associação que reúne as montadoras, foi motivada pelas promoções e pela expansão do crédito, especialmente das próprias indústrias que financiaram boa parte dos compradores. Só em novembro, foram vendidos 158,4 mil automóveis e, para este mês, a previsão é chegar a 170 mil unidades. Os bons resultados em 2005, no entanto, não devem se repetir em 2006, apesar dos indícios de que o próximo ano deve apresentar um crescimento maior (em torno de 4%) do PIB e uma redução substancial dos juros básicos. De acordo com estimativas das indústrias, as vendas devem crescer cerca de 7% e a produção, 4,5% (2,55 milhões de unidades). Já as exportações devem passar para US$ 11,5 bilhões, um aumento de apenas 2,7%. Mas novamente um recorde.