img1.jpg
VINGANÇA Patrizia D’Addario queria que ele liberasse uma obra embargada, mas isso não aconteceu

Em julho passado, quando reportagens do jornal “La Repubblica” deixaram claro o envolvimento do premiê da Itália, Silvio Berlusconi, com a prostituta italiana Patrizia D’Addario, ele veio a público dizer que nunca pagou por sexo e disparou um “não sou santo”. Ninguém pode dizer que ele não avisou. Na terça-feira 24, chegou às livrarias italianas um livro bombástico. Escrito pela própria Patrizia, “Gradisca Presidente” (Desfrute, Presidente) descreve com riqueza de detalhes os dois encontros que ela teve com o primeiro-ministro no Palácio de Grazioli, em Roma.

E faz revelações sobre a intimidade de Berlusconi, enaltecendo suas qualidades sexuais. Patrizia conta que ele a recebeu em seus aposentos trajando pijama de seda branco e referindose a ela como “meu tesouro”. “É a primeira vez que Patrizia afirma que houve sexo na noite em que passaram juntos”, disse Maddalena Tulanti, coautora do livro. O primeiro encontro ocorreu no dia 16 de outubro de 2008.

Patrizia foi contratada pelo empresário Giampablo Tarantini, que aliciava prostitutas para as festinhas de Berlusconi em troca de favores, e apresentada ao premiê como uma “amiga”. Nesse dia, ela teria chamado a atenção do “sultão” (é assim que se refere ao premiê) entre 20 belas mulheres. “Um verdadeiro harém”, descreveu. Patrizia relata que Berlusconi era o único homem com “direito a copular” e que os outros eram seguranças e assessores.

O contato, no entanto, se restringiu a galanteios, carícias e massagens muitas vezes na frente dos outros homens. Mais quente, o segundo encontro aconteceu 19 dias depois. Nesta data, dia da eleição de Barack Obama para a Presidência dos Estados Unidos, Patrizia foi recebida para um jantar à luz de velas e teve uma intensa e longa noite de amor com Berlusconi. Ela conta que a maratona sexual só terminou às 8h do dia seguinte, quando ele recebeu jornalistas. “Sou muito mais jovem do que ele, quase uma expert”, escreveu.

“Mas houve momentos em que achei que não fosse suportar tantas investidas.” Patrizia tem 42 anos e Berlusconi, 73. A pivô de mais um escândalo a rechear a biografia do político afirma que não foi por dinheiro nem fama que se envolveu com ele. Berlusconi se separou neste ano de sua mulher, Verônica, quando ela descobriu que ele mantinha um caso com uma menor. Patrizia diz que se recusou a receber o cachê pela noite de sexo oferecido por Tarantini. Seu desejo era que Berlusconi intercedesse a favor da obra de um hotel, na cidade de Bari, que pertence a ela e está embargada.

No livro, ela conta que o premiê a fez acreditar que faria isso, mas não cumpriu a promessa. Fica claro que o livro é uma vingança. “Dei meu corpo e ele não me deu nada em troca”, reclama. A obra, em sua cidade natal, diz muito sobre sua biografia. O pai de Patrizia nutria o sonho de lançar o complexo turístico, mas fracassou. E, desgostoso, cometeu suicídio. Desde então, Patrizia, que também perdeu um irmão jovem, prometeu à mãe que realizaria o sonho do pai morto. Quem sabe agora, com a venda dos livros e tanta publicidade, pode ver seu desejo realizado.

img2.jpg