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Se você não assiste à tevê ou dorme cedo, pode achar que o garoto jogado na cama aí na foto é mais um modelo com cara de moleque, tentando a sorte depois de ser eliminado de algum reality show. O nome dele é Thiago Fragoso, nasceu na Tijuca, zona norte do Rio, e começou a ralação cedo. Estreou no teatro aos 9 anos, levado pela mãe. Aos 13, já encarava o papel principal de “Malhação”. Aos 17, deu um tempo e foi fazer intercâmbio nos EUA. Aos 18, quis voltar e mergulhou numa rota de peças e novelas, até chegar, agora, aos 29 anos, a um papel central que pertenceu no distante 1977 à quase unanimidade Tony Ramos, o herdeiro atormentado de “O Astro”, Marcio Hayalla. Sua primeira cena, logo no capítulo de estreia da novela, previa que Marcio entraria de cueca numa festa cheia de pompa promovida por seu pai e, fazendo um discurso anticapitalista e especialmente anti-Salomão Hayalla, ficaria completamente nu.

Thiago tirou a cueca preta sem cerimônia e encarou um set lotado de estrelas do naipe de Regina Duarte e Daniel Filho e de dezenas de coadjuvantes em trajes de gala, não deixando restar nenhuma dúvida de que ali havia um ator de verdade, capaz de deixar o ego e as vergonhas no camarim e de encarnar todos os dramas de um garoto criado num ambiente sem caráter.

Ao contrário do que a carreira, a pouca idade e a cara de moleque podem sugerir, Thiago é casado há seis anos com a atriz Mariana Vaz, 32 anos. Há sete meses, os dois tiveram o primeiro filho, Benjamin. Ele diz que perdeu 12 quilos para ganhar o corpo que imaginou para Marcio Hayalla. Queria que a embalagem transmitisse a mesma fragilidade que Janete Clair imaginou para o jovem e perturbado herdeiro. Corridas longas, uma meia maratona e noites em claro trocando fraldas ajudaram a construir o personagem.

A foto de Pablo Saborido é parte de um ensaio em que Thiago aparece em poses sensuais no quarto e que estará na edição de dez anos da revista “Tpm”. Mais do que uma embalagem bonita, elas revelam um ator pronto para emocionar qualquer audiência.

A coluna de Paulo Lima, fundador da editora Trip, é publicada quinzenalmente