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AJUSTES
Fábrica da Ford em Camaçari (BA): férias coletivas para 11 mil funcionários

Nos últimos anos, o setor automotivo brasileiro acostumou-se a divulgar uma série de indicadores positivos. Por isso mesmo, provocaram surpresa as notícias da semana passada a respeito da interrupção da produção de carros em várias fábricas do País. A Ford concedeu férias coletivas aos 11 mil funcionários da unidade de Camaçari, na Bahia, e reduziu as atividades nas plantas de Taubaté e São Bernardo do Campo, em São Paulo. Os metalúrgicos da Fiat de Betim, em Minas Gerais, e da Volkswagen de São José dos Pinhais, no Paraná, também pararam. O que explica esse movimento? Segundo as montadoras, as paralisações se devem a ajustes de estoques, perigosamente elevados em um momento em que se vislumbra uma diminuição do ritmo de negócios fechados. Para fontes do mercado, a estratégia das fabricantes é pressionar o governo para que medidas de desoneração sejam colocadas em prática. O curioso é que o setor deve alcançar em 2011 o melhor resultado da história. Segundo dados da Anfavea, a associação do segmento, este foi o melhor agosto da indústria, com 327,4 mil unidades vendidas. No acumulado desde janeiro, o total de carros colocados na praça subiu 8%, acima da estimativa de crescimento em torno de 5%. O desempenho coloca o Brasil como quinto mercado global.

O financiamento de veículos sofreu os efeitos negativos das medidas de contenção de crédito apresentadas pelo governo no início do ano. Com o temor do superaquecimento da economia, que poderia levar a um cenário de inflação, Brasília colocou novas barreiras para a concessão de empréstimos. O número de prestações, que chegava a 43 meses em novembro de 2010, ficou limitado a 35 em março. Menos tempo para pagar significa parcelas mais altas – e, claro, mais dificuldade para os compradores. “Essas medidas penalizaram os consumidores da classe C, que compravam carro quase sem pagar entrada”, diz o economista Alexandre Andrade, da consultoria Tendências. Com a recente redução dos juros pelo Banco Central, a expectativa é de que o crédito receba novo impulso. “A diminuição da taxa Selic deve melhorar as condições dos financiamentos no ano que vem”, diz Andrade. Ou seja: se 2011 já foi ótimo, 2012 deve ser melhor ainda.

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