Cerca de 20 mil crianças esperam por adoção no Brasil. Dados da Secretaria dos Direitos Humanos, revelados com exclusividade à ISTOÉ pela própria ministra Maria do Rosário no seminário “Além da Adoção”, realizado em São Paulo, mostram que tais crianças ainda são vítimas de um preconceito silencioso: 37,66% dos pais interessados restringem a escolha do filho adotivo à cor branca.
“O preconceito cria um limbo para os chamados ‘inadotáveis’, crianças e adolescentes negros que já são um pouco maiores”, diz o desembargador Antônio Carlos Malheiros, coordenador da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo. O advogado civil Rubens Naves (foto), um dos mais conceituados do País e coordenador do seminário, acredita que o evento ajudou a desmistificar esses aspectos culturais e avançou as políticas de adoção. “É possível romper com o preconceito”, diz ele.