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USINA
Projeto revela as formas de instalação atômica na Lua que podem gerar energia para naves

A Nasa se prepara para lançar, até 2030, sua missão mais ousada – uma nave tripulada que chegará até Marte. O trajeto de ida e volta, somado ao tempo que os astronautas passarão no planeta vermelho, pode durar até três anos. Uma viagem tão longa traz desafios que a agência espacial americana já começa a enfrentar. O primeiro deles é prover energia suficiente para levar a tripulação até o astro e trazê-la de volta. Outro obstáculo é criar uma forma de alimentar os tripulantes ocupando o mínimo de espaço possível. O problema da energia pode ser resolvido com a construção de um novo tipo de usina nuclear. Na Lua.

A unidade seria instalada no satélite natural, transformado em parada obrigatória para continuar a missão até Marte. A nova tecnologia poderia, ainda, ser usada numa usina no próprio planeta vermelho. Assim como na Lua, ela seria um ponto de reabastecimento de naves, o que permitiria levar pessoas e equipamentos a locais ainda mais distantes da galáxia. Prover a energia para os tripulantes, o alimento, pode ser mais simples: cultivar a própria comida a bordo (leia quadro).

Uma usina capaz de gerar fissão nuclear na Lua ou em Marte seria bem diferente das que existem atualmente na Terra. O reator teria cerca de 45 centímetros de largura por 75 cm de altura. “O sistema é compacto, confiável, seguro e pode ser fundamental para o estabelecimento de postos avançados ou habitações em outros planetas”, diz um dos responsáveis pelo projeto, James Werner, do Departamento de Energia dos EUA, parceiro da Nasa na empreitada. Uma unidade de demonstração da tecnologia deve estar pronta no ano que vem.

Mesmo que não sirva para um objetivo tão ambicioso como chegar até Marte, a nova forma de explorar a fissão nuclear pode ser interessante para uso na Terra. Essa forma de geração de energia é cogitada para a missão porque as fontes mais usadas para esse fim – solar e células de combustível – têm limitações. Painéis de captação da energia do Sol, por exemplo, só funcionam bem perto da estrela. “Reatores nucleares, no entanto, podem funcionar em qualquer ambiente”, diz Werner. 

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