img.jpg
FORÇA
Para Letícia Sabatella, o apoio de atores é um escudo contra eventual repressão

Não é de hoje que artistas brasileiros abraçam causas sociais, ambientais e de defesa dos direitos humanos. Agora, no entanto, um grupo, antes resistente aos movimentos de reivindicação, tem levantado bandeiras e caminhado até mesmo na contramão da linha editorial da empresa que os emprega. Fala-se, aqui, de astros globais. A última ação desse tipo aconteceu na semana passada através do Twitter – e foi bastante controvertida. Bastou a Rede Globo exibir no “Jornal Nacional” a primeira de uma série de matérias sobre a construção da megausina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, para a atriz Thaila Ayala, 25 anos, postar no microblog sua indignação: “É claro que a reportagem deixou a desejar. Maquiaram, omitiram e deram destaque a coisas erradas”. Seu namorado, Paulo Vilhena, também comentou a reportagem, com maior neutralidade, e teve seu post “retwittado” pela colega Fernanda Souza. A discussão repercutiu. O compromisso assumido no passado por Letícia Sabatella, Marcos Winter e Bete Mendes parece constar definitivamente da agenda das estrelas – e isso lhes dá prestígio.

Antes da discussão em torno da usina paraense, o tema quente foi a reivindicação dos bombeiros cariocas por melhores salários, ocorrida em junho. Cássia Kiss Magro, Ary Fontoura, Matheus Solano, Elizabeth Savalla e Sérgio Marone gravaram um vídeo veiculado no YouTube em apoio à categoria. “Temos de acordar e influenciar as pessoas que gostam da gente. Precisamos ir para as ruas, seja com fitinha vermelha no braço pelos bombeiros, seja com fitinha verde contra Belo Monte”, afirmou Marone. “Precisamos exigir uma participação maior nos planos do governo, o povo brasileiro é muito conformado.”

Pioneiro nesse tipo de atuação, o Movimento Humanos Direitos, criado em 2003, tem Dira Paes como diretora-geral e Camila Pitanga como suplente. Conta ainda com a participação de Letícia Sabatella, Leonardo Vieira, Maria Zilda Bethlem, entre outros artistas. Recentemente, três deles participaram de um vídeo em solidariedade à líder sindical do Pará, Joelma Dias da Costa, jurada de ­morte. “Graças à nossa visibilidade, criamos uma redoma de proteção em torno das pessoas ameaçadas”, afirma Letícia Sabatella.

img1.jpg