Dança

Momix (Rio de Janeiro, Theatro Municipal, de 8 a 10; Salvador, Teatro Castro Alves, dia 12; Brasília, Sala Villa-Lobos, 14; Belo Horizonte, Palácio da Artes, 16 e 17; São Paulo, Theatro Municipal, de 19 a 21; Porto Alegre, Teatro Sesi, de 22 a 24; e Curitiba, Teatro Guaíra, 25 e 26) – Criatividade, técnica, bailarinos elásticos e coreografias muito bem-humoradas fazem do Momix uma das principais companhias contemporâneas de dança. Comandado pelo talentoso Moses Pendleton, o grupo que se apresenta no Brasil pela sexta vez, trará a coreografia Opus cactus, que estreou em 2001, em Nova York. É baseada nas alucinações provocadas pela aridez do deserto. Aí, vale tudo: de cactus gigantes a serpentes deslizando ao som de Bach, Brian Eno e da música aborígene australiana. Na verdade, todos os espetáculos do Momix parecem uma alucinação com muitos recursos de luz e sombras sobre figurinos surrealistas e impecáveis.
(Eliane Lobato)
Não perca

Teatro

O Brasil da sanfona (Sesc Pompéia, São Paulo, às quintas e sextas-feiras, de 7 a 29) – Durante muitos anos, a sanfona foi varrida dos discos e dos palcos brasileiros. Mas, com a universalização cada vez maior da música e a recente releitura de antigos ritmos regionais, o instrumento não só voltou à tona como evoluiu nas mãos de músicos sofisticados como o paulistano Toninho Ferragutti e o gaúcho Renato Borghetti, que fez carreira tocando sua gaita ponto, uma variante mais rústica do acordeão. Os dois instrumentistas integram o projeto do Sesc, que também abre uma exposição de fotos e uma exibição de vídeos sobre o assunto. A cada semana os espetáculos focalizarão uma região do País e contarão com as presenças de Sivuca, Dominguinhos e Caçulinha, entre outros. O encerramento em grande estilo será com a execução de Concerto para acordeão e orquestra, de Radamés Gnatalli, por Oscar dos Reis e a Orquestra de Câmara da Unesp. (Luiz Chagas)
Não perca

Cinema

Latitude zero (em cartaz em São Paulo na sexta-feira 8) – Dois bons atores e uma trama enxuta, baseada numa peça inédita de Fernando Bonassi, foram suficientes para o diretor Toni Venturi realizar um filme de qualidade. Num local hostil, Lena (Débora Duboc), grávida de um policial paulista, vive sozinha num bar de beira de estrada. Sua vida se transforma com a chegada do ex-PM Vilela (Cláudio Jaborandy). Toni Venturi conduz com segurança o enredo de poucos elementos. Só trai o minimalismo da proposta ao expressar o desespero dos personagens por meio de gritarias e quebradeiras dispensáveis. (Ivan Claudio)
Vale a pena

Entre quatro paredes

(cartaz nacional) – O filme assinado por Todd Field conseguiu o Globo de Ouro de melhor atriz para Sissy Spacek. No Oscar, está indicado na mesma categoria, além das de melhor ator para Tom Wilkinson, melhor atriz coadjuvante para Marisa Tomei e melhor roteiro adaptado para Field e Rob Festinger. Hollywood anda mal mesmo. É certo que Sissy e Wilkinson merecem, mas Entre quatro paredes está longe de apresentar uma história nova. Ao contrário, traz todos os clichês da família de classe média do interior dos Estados Unidos, feliz na sua existência medíocre, que se dilacera diante de um terrível incidente provocado por uma mente doentia. Baseado em história de Andre Dubus, Field quis mostrar que o amor familiar pode derrubar qualquer barreira moral. Com esta justificativa acabou sendo ainda mais moralista e chato. (Apoenan Rodrigues)

Vá se tiver tempo