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AS TRÊS GRAÇAS
Thaís é curitibana, Maria Gadú nasceu em São Paulo
e Paula, em Minas: procedência e estilos diversos

Diante do bom número de novas cantoras no País, a crítica faz a sua parte ao identificar talentos, e cair no gosto popular é imprescindível para se fazer sucesso. Não há, porém, fator mais determinante do que ter somado à sua voz a voz de um nome já consagrado. Bem referendadas nos dois primeiros quesitos, as jovens Maria Gadú, Thaís Gulin e Paula Fernandes impulsionaram suas carreiras ao terem seus nomes ligados aos de artistas como Caetano Veloso, Chico Buarque e Roberto Carlos. Tornaram-se, da noite para o dia, as três graças da MPB. Pouco falada em seu disco de estreia, a curitibana Thaís Gulin chamou a atenção ao gravar os compositores que admirava – entre eles, Chico Buarque. Foi por isso que recebeu dele um e-mail elogioso. Em meio aos rumores de que estariam namorando, Thaís agora faz barulho com o seu segundo trabalho “ôÔÔôôÔôÔ” – entre as canções gravadas está “Se Eu Soubesse”, com autoria e participação do ídolo. O mesmo dueto se repete no novo CD de Chico, que homenageia a moça em “Minha Pequena”.

Flertes à parte, são a juventude e a ousadia que parecem estar na origem da admiração profissional direcionada por esses grandes nomes às jovens eleitas. No lançamento do DVD “Maria Gadú e Caetano Veloso – Multishow ao Vivo”, com 200 mil unidades vendidas, o cantor e compositor baiano lembrou seu encontro com a intérprete de “Shimbalaê”: “Fui ver o show dessa menina que diziam ser a nova Cássia Eller. Notei que era uma figura interessante. Parecia um moleque de favela movie que, ao soltar a voz, me lembrou mais a Marisa Monte.” A cantora já havia recebido o disco de platina pelo trabalho de estreia, mas duplicou a vendagem com o CD e o DVD em que canta músicas suas e de Caetano – na companhia do ­“padrinho”. No caso de Roberto ­Carlos, embora só tenha feito dueto com Paula Fernandes no especial da Rede Globo, mesmo assim foi o responsável por seu reconhecimento popular – e nisso até a cantora concorda. Com cinco CDs na bagagem, Paula só experimentou o sucesso com o disco “Ao Vivo”. Bastaram seis meses para atingir a marca de mais de um milhão de cópias vendidas, fazendo da cantora mineira a recordista atual em vendas de CDs e DVDs (ganhou disco de diamante). Se o empurrãozinho existiu ou não, o assunto é hoje proibido: a musa sertaneja foi aconselhada por sua produtora, a Talismã (que tem à frente o cantor Leonardo), a não falar mais sobre o tema. O que antes era motivo de orgulho, hoje é algo para ser esquecido.