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A nova descoberta da ciência, no espaço, tem um formato que não há quem não o conheça na Terra – o de uma bolha de sabão. Na semana passada, astrônomos de diversos países festejaram esse fato, pois o estudo dessa bolha cósmica abrirá caminho para se saber como se dá o processo de desenvolvimento das galáxias e, consequentemente, avança-se para se desvendar a formação de planetas. Justifica-se, portanto, toda a empolgação, uma vez que teoricamente se supunha a existência de bolhas como a que foi observada, mas somente agora elas se tornam algo concreto. Chamadas cientificamente de "Lyman-", estimase que existam há pelo menos 11 bilhões de anos e imagina-se que funcionem como um vasto reservatório de hidrogênio aquecido, colorido e brilhante numa "região cósmica" bem mais ampla que a nossa galáxia, a Via Láctea. "Sempre estudamos esse fenôme no no papel. Hoje se inaugura a era da prática", diz o astrônomo Dave Jurasevich, líder da equipe do Observatório Monte Wilson, nos EUA.

4 dias e 15 horas
foi o tempo que o telescópio Chandra, da Nasa, levou para observar o fenômeno da bolha cósmica e capturar a sua imagem

Para identificar esse fenômeno os astrônomos se valeram do moderno telescópio Chandra, lançado pela Agência Espacial Americana. "Dispomos de tecnologia que nos auxiliará a compreender como surgem essas bolhas e qual a razão de seu intenso brilho", diz Jurasevich. Os estudos preliminares sugerem que elas possam nascer a partir de buracos negros, que, na medida em que se expandem no universo, promovem poderosas explosões de energia que, somadas àquelas irradiadas pelas estrelas jovens (mais quentes), aquecem o gás hidrogênio que há ao redor. Daí o brilho. "É um espetáculo aos olhos e um estímulo ao cérebro. Demos mais um gigantesco passo para desvendar os mistérios que cercam o nosso planeta", diz o astrônomo.