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Imaginar o centro de São Paulo com um estádio semelhante ao Millenium Park (nos EUA), boulevards arborizados, rios limpos, avenidas suspensas sem engarrafamentos e casas confortáveis sobre as águas do rio Tietê não é apenas um exercício futurista. Há quase um ano, 45 estudantes de arquitetura e urbanismo do Mackenzie, da USP e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), 12 professores e diversos especialistas lançaram um projeto ousado: revitalizar o centro paulistano. O estudo apresentado ao prefeito Gilberto Kassab na tarde da quinta-feira 9 aborda algumas obras simples que podem ser executadas em um ano e meio. Outras, sem limites para a criatividade, têm execução prevista para daqui a 20 anos. Uma das propostas mais ousadas é a construção do Estádio Green Bowl, que substituiria o Parque Dom Pedro II, uma das regiões mais degradadas do centro da capital. Com capacidade para 80 mil pessoas e um autódromo, o local funcionaria durante 24 horas, com atividades esportivas, concertos, festivais e shows, além de cinemas, clubes, bares, lojas e cafés. Outro projeto, não menos ousado, é a transformação dos bairros Brás e Pari, responsáveis por um terço de todo o vestuário vendido no País, em corredores da alta-costura. No futuro, a região – que hoje é voltada para produção e comércio – uniria desenho, marketing e administração corporativa à indústria, como já acontece no bairro La Sentier, em Paris, e em Shenzen, na China. Os veículos transitariam por vias expressas, subterrâneas ao centro comercial, que teria fluxo exclusivo de pedestres. A reestruturação da área atingiria 2.7 milhões de metros quadrados.

 

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Para completar a revitalização, a região da Estação da Luz – marcada por crimes, drogas, prostituição e imóveis abandonados – receberia tratamento especial para atrair investidores. Edifícios degradados e vazios seriam demolidos e as fachadas das casas e prédios restauradas. O bairro teria elementos de paisagismo e contaria com linhas de ônibus durante 24 horas, além de programação cultural noturna. “Orientei os jovens a correr riscos e pensar em grandes inovações para o centro”, afirma Guy Perry, professor do MIT e coordenador do projeto.

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Construções sobre o Tietê
Nas proximidades do Parque Dom Pedro II, casas e edifícios comerciais seriam construídos sobre uma extensão artificial do rio Tamanduateí, afluente do Tietê. Cerca de 5,8 km do rio, no trecho que vai do centro ao Ipiranga (zona sul), seriam reestruturados e despoluídos para evitar as freqüentes inundações. O curso do rio seria retificado e canalizado, com superfícies porosas ao longo de 100 metros da várzea. Parques estariam às margens das palafitas e plantas e peixes seriam cultivados nas águas. Iniciativas semelhantes foram feitas em Boston e Seul, com investimentos entre US$ 112 milhões e US$ 360 milhões. A obra levaria de 15 a 20 anos para ser concluída.


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