Há algo de absolutamente novo e promissor no estilo Dilma de fazer política. Como um CEO de empresas, a presidente atua seguindo conceitos de transparência, profissionalismo e praticidade na deliberação dos mais variados assuntos, mesmo no despacho de demandas parlamentares e de partidos aliados. Não é dada a conchavos. Recusa o jogo do fisiologismo rasteiro, que por décadas tomou conta da máquina, e promove agora uma guerra santa para limpar da administração pública os maus hábitos. É uma postura arrojada, que conta com o apoio incondicional da opinião pública, mas cobra seu preço na base de sustentação da governabilidade. Como primeira mulher a ocupar o poder no País, Dilma já registra altos índices de popularidade, segundo as últimas pesquisas, e coleciona desafetos na mesma medida dentro do Congresso. O partido majoritário, PT, ainda não saiu a campo para defender abertamente a conduta da presidente nesse seu começo. Coube aos paladinos da moralidade, Pedro Simon (PMDB) e Cristovam Buarque (PDT), iniciar na semana passada um movimento de apoio a sua ação anticorrupção, ocupando inclusive a tribuna do Senado para falar em favor dela. Com disciplina e firmeza, Dilma tem abolido, e punido sem hesitações, os desvios de conduta. Não importando grau de relação ou filiação partidária. Está fazendo história. Reza a lenda que ninguém comanda um país sem atender a interesses de determinados grupos e pessoas. Dilma está tentando isso e prega que, em primeiro lugar, vem o interesse geral da nação e não o privado daqueles que se apegaram ao poder e querem viver de suas benesses em prejuízo da maioria. Merece absoluto aval ao empunhar a bandeira de princípios de lisura e competência. No País encurtou o espaço para as práticas deploráveis de alguns políticos. Qualquer consulta de opinião irá constatar que o brasileiro não tolera mais o grau de desmoralização das instituições e quer a limpeza ética levada a cabo nessa gestão. Dilma, a exemplo dos grandes estadistas, rompeu com os velhos costumes e está legando uma experiência de moralidade que pode servir de inspiração para as futuras gerações de mandatários brasileiros. Tomara que assim seja!