O desemprego na Espanha já atingiu 40% dos jovens e assim fica difícil que eles botem fé na política do primeiro-ministro, José Zapatero. Fica-lhes difícil, também, levar fé na visita do papa Bento XVI ao país. Foi nesse clima de penúria cruzada com religião que o papamóvel de Bento XVI começou a circular em solo ­espanhol na quinta-feira 18. Houve protestos por todos os lados (foto) porque o governo que atravessa o inferno da crise econômica abriu o paraíso do cofre público aos moços ultraconservadores da Jornada Mundial da Juventude: deu parte dos R$ 115 milhões usados no evento favorável ao papa. Quando a esmola é muita, o santo desconfia: Bento XVI desconfiou de que a sociedade espanhola exige cada vez mais um Estado laico e pragmático. Basta lembrar a palavra de ordem que ele mais ouviu: “Menos crucifixo, mais salário fixo”.