Cinema
Cinema, aspirinas e urubus (Em cartaz nacional) – Estréia do pernambucano Marcelo Gomes na direção, a produção vencedora da 29ª Mostra Br de Cinema, foi inspirada em histórias contadas pelo avô do cineasta, o paraibano Ranulpho (João Miguel), que migrou para o Sul no princípio dos anos 1940. O road movie mostra seu encontro com Johann (Peter Ketnath), representante farmacêutico que projeta filmes de propaganda de remédios enquanto percorre o Nordeste em um caminhão. Ketnath, alemão de Munique, apesar de ser casado com uma brasileira, nunca havia atuado em filmes nacionais. Seu colega, o baiano João Miguel, foi eleito melhor ator da mostra. (Luiz Chagas)

DVD
Antes da revolução (Versátil) – Depois de Fellini, Visconti, Pasolini, Rosselini e De Sica, outro grande cineasta italiano tem suas obras editadas em DVD pela Versátil. A Coleção Bertolucci, que se inicia com este título de 1964, trará ainda La comare secca, filme de estréia do diretor, A estratégia da aranha e La Luna. Inspirado em A cartuxa de Parma, de Stendhal, Antes da revolução é uma típica obra dos agitados anos 60. Acompanha as inquietações de um jovem, Fabrizio (Francesco Barilli), dividido entre sua origem burguesa e o desejo de mudança social. Passada na cidade de Parma, a história tem aquela inventividade dos filmes da nouvelle vague e esboça os mesmos questionamentos que Bertolucci retomaria mais tarde, e com mais desenvoltura, em títulos como O conformista e 1900. (Ivan Claudio)

Arte
Alberto da Veiga Guignard (Pinakhoteke Culural, São Paulo) – Curador desta bela mostra dedicada ao artista fluminense, Max Perlingeiro passou dois anos reunindo as 60 pinturas e colagens, algumas raramente exibidas. É o caso de A japonesa (Kioko), só mostrada numa exposição carioca, em 1959, três anos antes de sua morte, aos 66 anos. Tendo como fio condutor os vários gêneros abraçados pelo artista, a mostra traz no segmento Retratos e Auto-retratos o fabuloso Léa e Maura, também conhecido como As gêmeas, e no Lirismo Nacionalista, Família de fuzileiros, que pertenceu a Mário de Andrade. Não faltam ainda belíssimos vasos de flores, preciosas vistas do Parque Municipal de Belo Horizonte e as líricas “paisagens imaginárias”, com suas igrejinhas e balões de São João flutuando entre montanhas e nuvens. (Ivan Claudio)