O PFL sonha com o PMDB
O líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), tem dito a seus interlocutores que o PFL não deve fechar acordo com o PSDB para as eleições presidenciais de 2006. Acha que isso só ocorreria se os tucanos abrissem mão de candidaturas a governador em vários Estados, inclusive São Paulo, o que não deve acontecer. Para Rodrigo Maia, são duas as opções mais prováveis do partido: candidatura própria e (surpresa!) uma aliança com o PMDB. Ele não fala publicamente, mas os pefelistas articulam para que o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, seja o candidato peemedebista à Presidência. Acham que nesse caso seria mais fácil a aliança. O outro pré-candidato do partido, Anthony Garotinho, não morre de amores pela idéia de se juntar ao PFL. Garotinho é hoje considerado, à boca pequena dentro do partido, o candidato favorito. Mas os pefelistas já conseguiram apoio a Rigotto do grupo ligado ao deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que antes não admitia alianças com o PFL de ACM em seu Estado.

Cerco à Abin
Os senadores José Jorge (PFL-PE) e Ney Suassuna (PMDB-PB) estão articulando a convocação do chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Félix (foto), a um depoimento secreto no Congresso. Querem arrancar da Abin a lista de todas as escutas que estão sendo feitas pelas companhias telefônicas do País e cobrar uma política de coerção aos grampos.
 
 
Antipatias
José Dirceu tem, no presente, problemas semelhantes aos do passado. No livro de memórias Náufrago da utopia, o ex-guerrilheiro Celso Lungaretti, que viveu 34 anos sob a suspeita de delator e renegado da luta armada como militante da VPR do capitão Carlos Lamarca, lembra uma advertência que recebeu de um camarada de armas: “Não vá ficar mascarado! Um Zé Dirceu já basta.”

Golpe frustrado
O presidente do Senado, Renan Calheiros, e o senador José Sarney (PMDB-AP) procuraram o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia (foto). Queriam o apoio do cacique paulista para arrancar o deputado Michel Temer da presidência nacional do PMDB. Mas Quércia não concordou.
 
 
Crise no Panamericano
Os Jogos Panamericanos de 2007, no Rio, correm sério risco. O coração do evento é a construção do complexo esportivo de Jacarepaguá, a ser erguido com o patrocínio, principalmente, da Petrobras, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Mas a estatal e os dois bancos informaram o prefeito Cesar Maia que só voltarão a tratar de patrocínios quando esfriar o escândalo do valerioduto.
 
 
Rápidas

• O presidente Lula tem insistido com assessores que pode mesmo não concorrer à reeleição. Neste caso, seu candidato pelo PT seria o mineiro Patrus Ananias, o ministro do Bolsa-Família.

• A cúpula do PT entendeu o recado e resolveu trucar. O presidente do partido, Ricardo Berzoini, fez chegar ao Palácio que prefere outro nome, caso Lula não seja candidato à reeleição: o da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

• A ministra durona e adversária de Antônio Palocci é o nome que a ala moderada do partido mais teme. Com essa jogada, Berzoini fez o grupo de Palocci redobrar esforços para que o presidente Lula pare de falar em desistir da reeleição.

• Ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Veloso deverá ter aposentadoria compulsória decretada em fevereiro, ao completar 75 anos de idade. Para o seu lugar, Lula deve indicar o advogado-geral da União, Álvaro Augusto Costa.

• A Mesa da Câmara determinou que Aldo Rebelo cobre do ministro Paulo Bernardo o imediato envio ao Congresso da verba suplementar para o aumento de 15% dos salários dos funcionários do Legislativo.