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COMODIDADE
Bizzoto em sua casa no litoral paulista: Lego com desconto

O professor de educação física Alexandre Bizzoto nunca esteve em Miami, mas regularmente compra produtos originários dos Estados Unidos. E não apenas livros e CDs, itens mais comuns disponíveis nos tradicionais sites de vendas online. Fascinado por novidades, o professor costuma receber em seu e-mail dicas de artigos americanos – eletrônicos, roupas e até pneus de carros, para citar alguns exemplos – que podem ser entregues em sua casa em Santos, no litoral paulista. Foi assim que ele adquiriu um brinquedo Lego baseado nos personagens da série “Star Wars”. “Só encontrei o modelo que meu filho queria no site da Amazon”, diz Bizzoto. “O problema é que a loja não entregava esse produto no Brasil.” A saída foi procurar os novos serviços de uma empresa de comércio eletrônico que cuidou dos trâmites burocráticos e enviou o presente para a residência do professor. Sites como PuntoMio, BraBox e Box Brazil surgiram como facilitadores da importação de bens de consumo e têm conquistado uma legião de brasileiros ávidos por fazer compras no Exterior sem precisar ir ao aeroporto.

Os novos portais negociaram condições tributárias e fizeram parcerias
com empresas americanas para vender artigos com preços mais baixos

O sistema se vale do fato de muitas lojas americanas não entregarem no Brasil nem aceitarem cartões de crédito internacional. Para driblar esse empecilho, os novos sites abriram centros de logística em Miami, cidade que oferece vantagens fiscais para empresas de comércio eletrônico. Para o cliente, é fácil fechar o negócio. Ao se cadastrar no portal, ele recebe um endereço americano, requisito fundamental para a efetivação da compra em qualquer loja virtual dos Estados Unidos. Depois, a empresa se encarrega do recebimento do produto, faz a liberação alfandegária e envia a mercadoria, já regularizada, para o endereço brasileiro. Em média, os artigos podem custar até US$ 3 mil e pesar até 30 quilos, dependendo do tipo de serviço contratado. Entre as vantagens prometidas aos brasileiros estão a segurança na entrega (é possível acompanhar as etapas do pedido pela internet) e serviços personalizados, como o Personal Shopper, do PuntoMio, e o Compre pra Mim, da Box Brazil. Neles, o comprador informa o produto que deseja, com modelo, cor e tamanho, e é a equipe do site que busca a mercadoria nas lojas online dos Estados Unidos. “Isso elimina as possíveis barreiras do idioma”, diz Alberto Javier Hernandez, presidente-executivo do PuntoMio.

Filho de cubanos, o americano Hernandez vem ao Brasil pelo menos quatro vezes por ano para acompanhar de perto a evolução de seu maior mercado. As operações brasileiras (em média, a PuntoMio envia 1.500 pacotes por mês para o Brasil) representam 25% do faturamento global da empresa, que remete mercadorias para 14 nações. “Em 2011, já dobramos nosso faturamento de 2010”, diz o executivo. Na BraBox, o cenário também é positivo. Até novembro, estão nos planos da empresa a estreia da BraBox Store, que venderá produtos em parceria com marcas como Sony, LG, Mattel e Ralph Lauren. Segundo a companhia, os preços serão estabelecidos em reais e, no ano que vem, a loja oferecerá pagamentos parcelados em até 12 vezes sem juros. Para os consumidores, a recente desvalorização do dólar tem tornado os preços mais atraentes. Mas é preciso fazer as contas para saber se vale a pena esperar de uma semana a um mês para receber o importado (leia quadro). Parcerias com grandes redes e o volume de compras fazem com que os novos sites consigam descontos em determinadas lojas. Os valores para a intermediação do negócio são calculados de formas diferentes. No PuntoMio, incide uma taxa sobre o frete internacional, que varia conforme o peso da mercadoria. Já a Box Brazil cobra 15% sobre o valor bruto da encomenda, enquanto a BraBox recebe de US$ 15 a US$ 50 por transação, independentemente do valor do item. 

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