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À MODA ANTIGA
O jeito de O’Brien (Pitt) criar seus filhos acaba cultivando o ódio nas crianças

Dirigido por Terrence Malick e protagonizado por Brad Pitt, “Árvore da Vida”, que chega aos cinemas brasileiros na sexta-feira 12, mostra um pai que Pitt tem orgulho de não ser na vida real. No Texas dos anos 50, O’Brien (interpretado pelo galã) é um patriarca frio e rígido que exige ser tratado pelos três filhos por “senhor”, não admite ser chamado de “papai” e acaba projetando no primogênito, Jack (Sean Penn, na fase adulta), seus ­sonhos frustrados, entre os quais o de não ter conseguido se tornar um grande músico. O jeito rude e distante como ele trata as crianças e a esposa provoca repulsa em Jack, que se torna rebelde, principalmente com a mãe, que acata as ordens do pai.

Todo o quadro descrito no filme é o oposto do jeito com que Pitt cria seus próprios filhos. O ator tem seis com a atriz Angelina Jolie, sendo três adotados e três biológicos. “Tenho consciência de que as minhas ações têm uma marca permanente nesses anos de formação”, diz ele. Detalhes como acalmar as crianças quando têm pesadelos, ensiná-las a escovar os dentes e oferecer uma alimentação saudável são considerados tão importantes quanto dar limites e passar valores éticos e morais. Ele e a mulher também enfrentam um desafio adicional: por serem muito famosos, se esforçam para dar aos filhos o direito de serem “normais”, embora vivam sempre cercados por fotógrafos – é comum a turminha toda sair em viagens. “Somos uma unidade militar móvel. As crianças têm seus pertences reduzidos a uma mochila, e cada uma é responsável por suas coisas”, diz Pitt. A vida nômade, entretanto, não permite que elas frequentem a escola. Isso não é exatamente um problema, já que os pais não aprovam o sistema de ensino tradicional. Assim, o método de homeschooling é a melhor opção, ou seja, a educação por professores e tutores fora da escola, bastante comum nos EUA.

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SOLIDÃO
O primogênito Jack (Sean Penn) se transforma em um adulto perdido
no mundo moderno e em constante busca pelo sentido da vida

À parte todo o luxo ao qual Maddox, Zahara, Shiloh Nouvel, Pax Thien, e os gêmeos Knox Léon e Vivienne Marcheline têm acesso, o casal também se empenha em recriar momentos que consideram importantes na infância. Não raro, todos na casa ficam sujos de tinta e fazem guerra de barro, por exemplo. Quando a turma não está viajando, a residência da família em Los Angeles é o caos “da manhã até a hora em que as luzes se apagam”, diz Pitt. A única coisa que o ator lamenta é não poder dar aos filhos a liberdade que ele teve quando pequeno – e que só o anonimato permite.

Apesar da dificuldade que é ser ao mesmo tempo uma celebridade mundial e pai de seis filhos, o desafio vale a pena. “Nunca imaginei que pudesse ser capaz de sentir tanto amor”, diz ele. Exemplo dessa paixão pela paternidade foi a declaração que o ator deu, em 2009, já com seis rebentos: com o maior sorriso do mundo, afirmou que ele e Angelina não ­tinham encontrado um motivo para interromper o aumento da família. “A gente tem a possibilidade de oferecer um lar a uma criança e a recompensa é extraordinária”, declarou, na época, ao jornal inglês “The Telegraph”. A felicidade trazida pelo exercício da paternidade é, segundo ele, responsável pela maturidade pessoal e profissional que hoje vive. Tem selecionado cada vez mais os filmes e projetos a participar, levando em conta a relevância e o significado do trabalho, e não somente a repercussão que vai ter: “Quero deixar obras das quais se orgulhem.” Não à toa, “Árvore da Vida” foi o principal vencedor do Festival de Cannes. Após “Babel”, de 2006, esse é o segundo papel de Brad Pitt no cinema interpretando um pai ausente ou carrasco. Mas ele já descobriu como se redimir: aceitou o convite para, ainda este ano, dublar um personagem na continuação da animação “Happy Feet”, filme que os pequenos adoram.  

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